Pelourinho de Moure (Póvoa de Lanhoso)

by | 22 Jan, 2023 | Insólito, Lendas, Minho, Províncias

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Para esclarecer, as futuras palavras são dedicadas ao Pelourinho de Moure do concelho da Póvoa de Lanhoso. Há pelo menos mais um com o mesmo nome em Portugal, curiosamente também no distrito de Braga, mais especificamente em Vila Verde.

Um contra-manuelino

Numa arranjada alameda que enquadra a Igreja Paroquial de Moure, uma pequena bossa granítica quebra a monotonia do espaço. Sobre ela espetou-se um entortado talo octogonal cujo final é assinalado com uma pequena esfera ligeiramente achatada.

Aquilo que qualquer olho descuidado associa a uma alavanca, é afinal um pelourinho, isto é, o mais vaidoso monumento que uma pequena povoação tem, porque representa, de alguma forma, um prestígio histórico, mesmo que entretanto perdido. O pelourinho era o carimbo régio de um município, o garante da independência administrativa de determinado espaço, o distintivo pétreo que acompanhava a carta de foral.

A sua construção situa-se, muito possivelmente, no século XVI, aquele que viu nascer e crescer uma interpretação muito portuguesa e imperial do gótico europeu – mais tarde classificado como Manuelino. Ora, face a este contexto, o Pelourinho de Moure é uma espécie de patinho feio da família. Havendo quem lhe atribua uma origem manuelina, a sua simplicidade está nos antípodas da exuberância que nos habituámos a reconhecer no estilo criado por D. Manuel I.

É certo que trabalhar o manuelino na pedra granítica nunca teve o apurado resultado que encontramos noutros materiais mais a sul, como a pedra lioz que materializa o Mosteiro dos Jerónimos ou a Torre de Belém. Nas Beiras, no Minho, e em Trás-os-Montes, o manuelino, além de menos frequente, caracterizava-se também por um perfil mais embrutecido. Ainda assim, há escassos exemplos tão honestos na sua contradição às origens como acontece com o Pelourinho de Moure.

Não é errado dizer que o que há de mais substantivo nesta minimal obra é, paradoxalmente, a diminuta substância que tem. O pouco que nos remete para a causa manuelina é a esfera, que podemos, eventualmente, associar à esfera armilar que começou a ser reproduzida com maior frequência a partir do século XVI e que faz hoje parte da bandeira portuguesa. No entanto, aquela que se reproduz no Pelourinho de Moure está longe da perfeição. Pelo contrário, mostra-se bastante tosca, em linha com todo o conjunto.

Um curioso apontamento que ganhou acrescida importância por ser o único pelourinho ainda intacto em todo o concelho da Póvoa de Lanhoso. Todos os outros (o de Monsul, o de São João de Rei, e até o de Lanhoso, acabaram destruídos).

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Póvoa de Lanhoso – o que fazer, onde comer, onde dormir

Portugal nasceu aqui, num baluarte anterior à própria pátria, hoje conhecido como Castelo de Lanhoso - foi especialmente querido à história de D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, que alguns consideram a verdadeira primeira monarca portuguesa. Além da renovada fortificação, há, logo ao lado, duas outras construções obrigatórias - o Castro de Lanhoso, que esteve na origem de tudo isto, e o Santuário de Nossa Senhora do Pilar, que começa no sopé do Monte do Pilar e chega até ao seu topo.

E no entanto, apesar dos três exemplos de património histórico descritos acima já serem suficientes para justificar uma visita, Póvoa de Lanhoso tem muito, mas mesmo muito, para ver. A destacar, temos a Filigrana que é trabalhada em Travassos e em Sobradelo da Goma, em primeiro lugar. Em segundo, o Centro Interpretativo Maria da Fonte, um espaço de pesquisa e divulgação de uma das mais célebres figuras da cultura popular, cantada e pintada e esculpida de norte e sul do país enquanto protótipo da mulher nortenha, e que de uma pequena revolta junto à Igreja de Fonte Arcada fez contagem decrescente para uma nova guerra civil. E em terceiro, caso haja possibilidade de ir a meio de Março, as Festas de São José, que se prolongam por uma semana mas que têm no dia 19 de Março o momento da sua majestosa procissão.

Quanto a lugares estivais, o pontão da Barragem de Andorinhas - num trecho predestinado do rio Ave, logo a jusante da lendária Ponte de Mem Gutierres -, e a Praia Fluvial de Verim, no extremo norte do município, são escolhas evidentes. Não muito longe desta última, o Pelourinho de Moure é uma curiosa obra que contraria o manuelino de onde brotou. E numa outra apertada praia, a Praia Fluvial da Rola, há o Santuário da Senhora de Porto d'Ave, responsável pela concorrida Romaria dos Bifes e dos Melões. De referência internacional é o DiverLanhoso, um dos maiores parques de aventura no continente europeu, com diversificada oferta de actividades, mormente para a criançada.

Nas comidas, os dois andares do Velho Minho guardam boa garrafeira e cozinha regional bem preparada - é bom o cabrito, finalizado com um pudim Abade de Priscos. Para dormir, o resguardo da Casa do Monte da Veiga, junto a Calvos (onde respira um dos mais belos carvalhos nacionais), dá noites sossegadas a quem as quiser, mas também a Villa Moura, em Fonte Arcada, entrega boa qualidade de serviço, piscina, e vista desimpedida sobre a serrania que cerca a sede de concelho.

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Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.60808 ; lon=-8.33415

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