Festas de São José (Póvoa de Lanhoso)
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A Póvoa de Lanhoso é abundante em quase tudo. E nas festas, sendo um concelho minhoto, não faz por menos: além das várias festividades locais, tem duas romarias de grande afluência – em Março, as Festas de São José, e em final de Agosto e início de Setembro, a Romaria dos Bifes e dos Melões. Sobre as de São José – as que importam neste momento -, podemos dizer que são as verdadeiras festas do concelho (as festas concelhias, como sói dizer-se), com direito a feriado municipal, ou seja, o equivalente aos Santos Populares, mas com data antecipada.
Ocorrem em torno de 19 de Março, principal momento da celebração, também dia de São José, pai de Jesus, e tido de forma laica como Dia do Pai aqui em Portugal e demais países.
São José e as festas da Póvoa de Lanhoso
As Festas de São José comemoram-se, em moldes semelhantes aos actuais, desde 1895. Muito provavelmente, antes disso, já haveria algum tipo de feira por esta altura do ano, dado estarmos num território rural e as gentes do campo gostarem de louvar o calendário primaveril, quando as primeiras sementeiras são executadas. Veja-se, a este respeito, como a sementeira pode estar associada a São José. A semente é símbolo masculino, tal como a terra, que recebe a semente, é símbolo feminino. Não por acaso, o Dia do Pai e o Dia de São José são colocados em Março, mês de sementeira para muitos alimentos, especialmente os hortícolas, tal como o Dia da Mãe e o mês de Nossa Senhora são actualmente colocados em Maio, mês da germinação.
No entanto, o que sabemos é que nas primeiras décadas destas festas, São José não aparecia como patrono. Tratavam-se, sobretudo, de Feiras Francas, onde animais eram vendidos e alguns concursos relacionados com a pecuária decorriam. Também as corridas de cavalos se destacavam num calendário festivo que de religioso tinha, aparentemente, pouco. A romaria de São José, por exemplo, só veio a acontecer numa base anual já na segunda metade do passado século.
Dessas feiras do século XIX, muita coisa sobreviveu até hoje. No dia 19 de Março há, habitualmente, e durante a manhã, uma Feira Franca e um concurso de gado, sobretudo bovino, com as raças barrosã e galega em destaque. As Chegas de Bois, uma tradição nortenha, até mais transmontana do que minhota, podem igualmente ser aqui vistas. E se as corridas de cavalos já não são frequentes, o desporto é uma das suas mais importantes bandeiras, com a pesca desportiva junto ao rio, o tiro aos pratos no campo de tiro, a natação na piscina municipal, o atletismo na praça e os circuitos de BTT a figurarem em quase todos os programas.
A juntar, temos os indispensáveis ofícios do Minho – as concertinas, os cavaquinhos, os zés-pereiras, os cantares ao desafio. E a gastronomia… Tal como acontece com o Bife à Romaria na Romaria dos Bifes e dos Melões, também as Festas de São José têm uma iguaria especial: para lá da doçaria, esta é a melhor oportunidade para se comer o Cabrito à São José, uma versão aprimorada do já de si belíssimo cabrito lanhosense.
Fogo de artifício a encerrar as Festas de São José
A romaria de 19 de Março
Se, normalmente, as Festas de São José têm programação capaz de encher quase todas as horas diárias durante uma semana inteira, há um dia em particular que, conforme já foi dito, sobressai: 19 de Março, dia de São José e, portanto, dia da procissão feita em sua homenagem.
A procissão é preparada por várias associações e instituições locais, dos escuteiros às confrarias, dos bombeiros às bandas filarmónicas, das freguesias à Câmara Municipal. Depois do almoço, já terminadas a cerimónia do hastear da bandeira e da missa solene, passeiam-se pela vila mais de três dezenas de andores: eram trinta e dois (o de São José, o de Jesus, o de Nossa Senhora, e mais vinte e nove santos venerados pelas freguesias), passaram recentemente a trinta e três (São Marçal, patrono dos bombeiros, foi introduzido recentemente).
As padiolas são decoradas com flores, conforme manda a lei de qualquer romaria nacional. Algumas crianças são vestidas a preceito para poderem acompanhar a marcha. As bandas, ora da Póvoa de Lanhoso, ora de Calvos, vão empurrando o passo com os batuques da percussão e a estridência dos metais. A olhar para tão colorido cortejo, com cada junta lanhosense bem representada em santo e em estandarte, e onde as bermas são ocupadas ombro a ombro por devotos e não devotos de todo o concelho, compreendemos a dimensão verdadeiramente municipal das Festas de São José, as autênticas festas do concelho da Póvoa de Lanhoso.
Póvoa de Lanhoso – o que fazer, onde comer, onde dormir
Portugal nasceu aqui, num baluarte anterior à própria pátria, hoje conhecido como Castelo de Lanhoso - foi especialmente querido à história de D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, que alguns consideram a verdadeira primeira monarca portuguesa. Além da renovada fortificação, há, logo ao lado, duas outras construções obrigatórias - o Castro de Lanhoso, que esteve na origem de tudo isto, e o Santuário de Nossa Senhora do Pilar, que começa no sopé do Monte do Pilar e chega até ao seu topo.
E no entanto, apesar dos três exemplos de património histórico descritos acima já serem suficientes para justificar uma visita, Póvoa de Lanhoso tem muito, mas mesmo muito, para ver. A destacar, temos a Filigrana que é trabalhada em Travassos e em Sobradelo da Goma, em primeiro lugar. Em segundo, o Centro Interpretativo Maria da Fonte, um espaço de pesquisa e divulgação de uma das mais célebres figuras da cultura popular, cantada e pintada e esculpida de norte e sul do país enquanto protótipo da mulher nortenha, e que de uma pequena revolta junto à Igreja de Fonte Arcada fez contagem decrescente para uma nova guerra civil. E em terceiro, caso haja possibilidade de ir a meio de Março, as Festas de São José, que se prolongam por uma semana mas que têm no dia 19 de Março o momento da sua majestosa procissão.
Quanto a lugares estivais, o pontão da Barragem de Andorinhas - num trecho predestinado do rio Ave, logo a jusante da lendária Ponte de Mem Gutierres -, e a Praia Fluvial de Verim, no extremo norte do município, são escolhas evidentes. Não muito longe desta última, o Pelourinho de Moure é uma curiosa obra que contraria o manuelino de onde brotou. E numa outra apertada praia, a Praia Fluvial da Rola, há o Santuário da Senhora de Porto d'Ave, responsável pela concorrida Romaria dos Bifes e dos Melões. De referência internacional é o DiverLanhoso, um dos maiores parques de aventura no continente europeu, com diversificada oferta de actividades, mormente para a criançada.
Nas comidas, os dois andares do Velho Minho guardam boa garrafeira e cozinha regional bem preparada - é bom o cabrito, finalizado com um pudim Abade de Priscos. Para dormir, o resguardo da Casa do Monte da Veiga, junto a Calvos (onde respira um dos mais belos carvalhos nacionais), dá noites sossegadas a quem as quiser, mas também a Villa Moura, em Fonte Arcada, entrega boa qualidade de serviço, piscina, e vista desimpedida sobre a serrania que cerca a sede de concelho.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=41.57688; lon=-8.272