Praia Fluvial de Verim
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No limite norte do concelho da Póvoa de Lanhoso, junto à fronteira com o município de Amares, raia que coincide com o curso do Cávado, um espaço recentemente requalificado atrai milhares de visitantes durante o estio. É a Praia Fluvial de Verim, a mais desejada das praias lanhosenses. Os serviços de apoio de que dispõe são gabados por qualquer gaiato, adulto ou ancião que a conheça. E as suas areias encobrem antigas histórias sobre águas curadoras de mazelas de gente velha.
Uma praia de ouro na terra do ouro.
A praia fluvial de ontem e de hoje
Começando pelas ressalvas: se o que se pretende é resguardo, então há melhores alternativas à Praia Fluvial de Verim. Aqui oferecem-se demasiados serviços para podermos dizer que vai estar sozinho com o rio. Há bons acessos, parque de estacionamento, bar, nadadores-salvadores, campo de voleibol, parque infantil, guarda-sóis, casa de banho, aluguer de canoas, parque de merendas. Na mesma linha, os açudes a montante e a jusante comprometem-se a manter o nível da água relativamente baixo. Tudo chamativos a famílias, em especial às que têm filhos e que fazem mais quilómetros só para terem, em troca, alguma despreocupação.
A juntar, construiu-se em 2022 um passadiço que liga a zona do estacionamento à zona balnear. Houve queixas de alguns banhistas mais puristas, que viam na antiga praia mais natureza do que vêem agora. Contudo, a Câmara Municipal já assumiu que a prioridade deste poiso é torná-lo o mais abrangente possível, e sobretudo dar aos mais incapacitados um sítio onde possam alagar-se. Isso foi conseguido – confirma-o a bandeira Praia para Todos, a juntar ao selo de qualidade Praia de Ouro concedido pela Quercus.
E ocasionalmente a praia serve também de palco festivaleiro – a música electrónica já andou por aqui, e possivelmente retornará. É de esperar que outras festas sazonais venham a acontecer, cíclicas ou esporádicas, reaproveitando as infraestruturas recém montadas.
Depois de tanto investimento e de tanta promoção, dá para perceber que, para a Câmara, esta é a menina dos olhos do pai.
Águas terapêuticas
Olhando para todas as estruturas montadas em torno do Cávado, custa imaginar que, antes, as povoações locais se banhavam nestas correntes com outro intuito que não o lúdico. Tinham os antigos que duas pequeníssimas nascentes, apertadas entre seixos e cujo volume não engrossava mais do que um frouxo fio de água, gozavam de propriedades curativas, sobretudo pela sua apetência sulfúrica que, segundo se dizia, ajudava a tratar problemas de pele, feridas e infecções, e doenças reumáticas.
Segundo um testemunho de um homem que ali morava, as nascentes estariam a jusante e a montante do actual bar que serve o espaço, mas estas acabaram tapadas com a construção da nova praia. Ainda assim, olhando para o mapa militar da zona, encontramos duas linhas de água que, mais coisa menos coisa, coincidem com as nascentes apontadas pelo testemunho – a primeira na margem esquerda, próxima da Cascata do Pêgo Negro, a segunda na margem direita, junto à curva em cotovelo quando o Cávado torce para sul.
Seria interessante que este lado folclórico da Praia Fluvial de Verim fosse divulgado. Não há nenhuma certeza quanto à fiabilidade dos relatos acerca destas águas serem ou não terapêuticas. Mas houve uma crença de que sim, e da crença formou-se o costume de aqui vir gente a banhos curar maleitas.
Póvoa de Lanhoso – o que fazer, onde comer, onde dormir
Portugal nasceu aqui, num baluarte anterior à própria pátria, hoje conhecido como Castelo de Lanhoso - foi especialmente querido à história de D. Teresa, mãe de Afonso Henriques, que alguns consideram a verdadeira primeira monarca portuguesa. Além da renovada fortificação, há, logo ao lado, duas outras construções obrigatórias - o Castro de Lanhoso, que esteve na origem de tudo isto, e o Santuário de Nossa Senhora do Pilar, que começa no sopé do Monte do Pilar e chega até ao seu topo.
E no entanto, apesar dos três exemplos de património histórico descritos acima já serem suficientes para justificar uma visita, Póvoa de Lanhoso tem muito, mas mesmo muito, para ver. A destacar, temos a Filigrana que é trabalhada em Travassos e em Sobradelo da Goma, em primeiro lugar. Em segundo, o Centro Interpretativo Maria da Fonte, um espaço de pesquisa e divulgação de uma das mais célebres figuras da cultura popular, cantada e pintada e esculpida de norte e sul do país enquanto protótipo da mulher nortenha, e que de uma pequena revolta junto à Igreja de Fonte Arcada fez contagem decrescente para uma nova guerra civil. E em terceiro, caso haja possibilidade de ir a meio de Março, as Festas de São José, que se prolongam por uma semana mas que têm no dia 19 de Março o momento da sua majestosa procissão.
Quanto a lugares estivais, o pontão da Barragem de Andorinhas - num trecho predestinado do rio Ave, logo a jusante da lendária Ponte de Mem Gutierres -, e a Praia Fluvial de Verim, no extremo norte do município, são escolhas evidentes. Não muito longe desta última, o Pelourinho de Moure é uma curiosa obra que contraria o manuelino de onde brotou. E numa outra apertada praia, a Praia Fluvial da Rola, há o Santuário da Senhora de Porto d'Ave, responsável pela concorrida Romaria dos Bifes e dos Melões. De referência internacional é o DiverLanhoso, um dos maiores parques de aventura no continente europeu, com diversificada oferta de actividades, mormente para a criançada.
Nas comidas, os dois andares do Velho Minho guardam boa garrafeira e cozinha regional bem preparada - é bom o cabrito, finalizado com um pudim Abade de Priscos. Para dormir, o resguardo da Casa do Monte da Veiga, junto a Calvos (onde respira um dos mais belos carvalhos nacionais), dá noites sossegadas a quem as quiser, mas também a Villa Moura, em Fonte Arcada, entrega boa qualidade de serviço, piscina, e vista desimpedida sobre a serrania que cerca a sede de concelho.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=41.64472 ; lon=-8.314