Lagoa dos Patos

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A Lagoa dos Patos é partilhada entre o município do Alvito e o município de Ferreira do Alentejo. Contudo, não estamos exactamente numa lagoa. O lago formou-se com a construção de uma represa que estaciona as águas vindas das ribeiras do Barranco da Cascalheira, do Barranco do Poço Salgado, e do Poço das Motas, cursos que nascem de uma sequência de pequenas elevações que se encontram a oriente. Ou seja, havendo uma represa que estanca a progressão de um rio, trata-se, sendo rigoroso, de uma barragem – só não é assim chamada por não ter a imponência das albufeiras reconhecidas nacionalmente.
Abarca também uma outra barragem que o povo decidiu classificar como lagoa, desta vez a do Peneireiro, imediatamente a norte da dos Patos. Essa conta com menor profundidade e confunde-se muitas vezes com os charcos de cultura do arroz.
Não desfazendo, a Lagoa dos Patos é um templo da avifauna passageira ou nidificante em Portugal. Os fãs de birdwatching têm nela razão para dar uso às objectivas e aos binóculos. Centenas de aves podem ser admiradas num curto espaço de tempo, com a habitual rotatividade de espécies conforme estejamos em época de calor ou de frio. Para isso, há pequenos trilhos que circundam a albufeira, sobretudo no seu lado sudeste, acedido por uma estrada alcatroada que liga Alfundão e Alvito.
A avifauna da Lagoa dos Patos
Mesmo reconhecendo a variedade de aves avistadas junto à lagoa, o nome sugere que há uma que se distingue: o pato. Com efeito, são várias as espécies de anatídeos que nadam nestas águas: o pato-real, a frisada, a marreca, o arrabio, o zarro, o pato-trombeteiro, o pato-de-bico-vermelho, a piadeira, o mergulhão, entre outros mais. São tantos que se torna difícil a catalogação. Contas feitas, diz-se ser este o espaço que concentra maior número de patos na província do Baixo Alentejo.
Para além disso, são tão díspares as aves que já aqui foram fotografadas, normalmente em movimentos pendulares entre a Lagoa dos Patos e a Albufeira de Odivelas, que colocar aqui todas tornaria o texto uma aborrecida listagem de stock. Fiquemos apenas pela enunciação das mais famosas, portanto: pombo-bravo, coruja, mocho-galego, rouxinol, guarda-rios, garça, flamingo, perdiz, corvo-marinho, pernilongo, poupa, petinga e cegonha. Podia continuar por mais dez ou vinte linhas, mas a mensagem está entregue.
Descontando avifauna, o ecossistema perde a riqueza. Todavia, com sorte, podem ser vistos coelhos, raposas, javalis ou ginetas. Perto das margens, a lontra pode resolver ir a banho sem aviso.
O regadio
Deixando a componente faunística de parte, a Lagoa dos Patos serve de fonte de água a algumas culturas ali coladas. Os cereais e os arrozais já foram dominantes e encolheram um pouco nos últimos anos. Mas deram lugar a outros objectos de cultivo: a oliveira, em primeiro lugar, mas também o montado de azinheira e de sobreiro.
De resto, outras árvores como o pinheiro-manso, o pinheiro-bravo, o eucalipto, o cedro, o salgueiro e o amieiro vão intercalando com a floração de alecrins, de estevas, de aroeiras. Uma paisagem tipicamente sulista, de sol assassino, aligeirada pelo vislumbre da água, a lembrar a letra popular: “o Alentejo não tem sombras / senão as que vêm do céu / e o camponês tem abrigo / às abas do seu chapéu”.
Ferreira do Alentejo – o que fazer, onde comer, onde dormir
A vasta maioria do que há para ver em Ferreira do Alentejo está na própria sede de concelho. Em primeiro lugar, no património religioso: a Capela do Calvário, símbolo maior da vila, é obrigatória, mas também a Igreja da Senhora da Conceição e a Igreja Matriz - que partilham a história de uma imagem que se crê ter ido com Vasco da Gama até à Índia -, merecem visita. Em segundo, o Museu Municipal - uma compilação da história e da cultura de Ferreira do Alentejo numa casa senhorial recuperada e de bonita fachada. Em terceiro, o bom gosto do Festival Giacometti, dedicado à cultura Ibérica, sobretudo a alentejana, homenageando da melhor maneira o homem que tanta recolha musical fez pelo país. E por último, a estátua da Ferreira, mulher de armas que deu nome à vila e que encontra eco noutras heroínas nacionais.
Para lá da urbe, Ferreira do Alentejo é uma exibição do Baixo Alentejo: planície infinita, casario caiado, chão de azeite e uva. Por falar em azeite, o Lagar do Marmelo disponibiliza pedagógicas visitas que devemos encarar como um primeiro passo para levar o nosso azeite mais a sério. E por falar em uva, o Vale da Rosa abre portas aos curiosos que queiram saber um pouco mais sobre a sua afamada uva sem grainha. Já na fronteira norte do concelho há um pequeno oásis, a Lagoa dos Patos, bem perto da Albufeira da Ribeira de Odivelas. E na fronteira oriental há a pequena povoação de Peroguarda, ainda hoje celebrada entre os locais como a mais alentejana do Alentejo, conforme afirmava a propaganda de António Ferro. Quanto ao artesanato, é fundamental conhecer as Cestas de Odivelas criadas na aldeia com o mesmo nome.
Na gastronomia local, destacam-se o Ferreirense (doce a lembrar uma Queijada de Sintra feito à base de amêndoa, ovos e Vinho do Porto) e o Cozido à Alentejana (um belo prato de tacho que mistura enchidos e carnes de porco com grão). Nos restaurantes recomendam-se O Chico (barato e simpático, com uma excelente Sopa de Cação) e O Portão (artesão da comida tradicional alentejana), ambos em Ferreira do Alentejo.
Quanto a camas confortáveis para passar a noite, destacam-se o Trendy and Luxe Bed & Breakfast (situado a sudoeste da vila), a Casa do Infante (uma elegante casa solarenga à saída de Ferreira do Alentejo) e o Monte da Floresta B&B (imediatamente a sul da vila).
Outras ofertas para dormir em Ferreira do Alentejo podem ser vistas em baixo:
Mapa
Coordenadas de GPS: lat=38.16151 ; lon=-8.0622