Centro Cristóvão Colon

by | 18 Jul, 2023 | Baixo Alentejo, Lugares, Monumentos, Museus e Exposições, Províncias

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Uma confissão: a razão que me levou a escrever sobre o Centro Cristóvão Colon é tão simplesmente falar desta ideia quase esquecida mas entretanto resgatada de ligar a nascença do famoso descobridor das Américas à vila da Cuba do Alentejo e não à República Genovesa, conforme dita a história oficial.

A teoria não é nova. Na verdade, deve contar com cerca de cem anos, pelo menos, sendo Patrocínio Ribeiro o seu pioneiro, e contando com um lote de seguidores durante toda a primeira metade do século XX. Depois de umas boas décadas em que andou adormecida, a chamada tese portuguesa (isto é, a que defende Colombo como natural de Portugal e não de Génova) voltou à carga por iniciativa de Mascarenhas Barreto, entretanto falecido em 2017, e escritor do livro “Cristóvão Colombo – Agente Secreto de El Rei D. João II“.

Outros apoiantes de Patrocínio Ribeiro e Mascarenhas Barreto se seguiram. Tudo culminou na abertura de um centro na Cuba, este Centro Cristóvão Colon de que falo, uma espécie de tomada de posição da Câmara Municipal cubense que, por vontade ou por conveniência, manifestou logo a sua concordância com uma teoria que, é justo dizê-lo, tem muitos críticos no mundo académico.

O Centro Cristóvão Colon, bastião da tese portuguesa

O Centro encontra-se bem no coração da vila da Cuba. É acima de tudo um espaço museológico, embora museu seja palavra imprecisa no entender dos historiadores divergentes desta hipótese. Está aberto desde 2011 por esforços partilhados entre a Associação Cristóvão Colón e o Município.

Compõe-se de várias salas, numa mistura de informação descritiva e cartográfica, divididas em duas secções: uma que relata as quatro viagens do Almirante ao continente americano, com direito a reprodução da Nau de Santa Maria, o navio usado na primeira excursão; e outra dedicada à teoria de que Cristóvão Colon não terá apenas vivido em Portugal, como é sabido e aceite na academia, mas que seria mesmo português de nascença.

A primeira parte não gera qualquer controvérsia, sendo sobretudo uma exposição de painéis e mapas que aludem às jornadas patrocinadas pelos Reis Católicos, efectuadas entre Espanha, as Antilhas e o Golfo do México durante dez anos, com especial destaque para a primeira viagem de 1492 – e que, como é de conhecimento público, pretendia encontrar um caminho marítimo para a Índia por ocidente, acabando antes por dar de caras com o Novo Mundo da América até então desconhecida (ou quase totalmente desconhecida, para sermos rigorosos) para os europeus.

Já a segunda, como seria de esperar, causa desconforto a muita gente. No fundo, é a prova física de que a tese portuguesa veio para ficar, sustentada por vários estudiosos e interessados – a quem as vozes críticas apelidam de historiadores amadores. Mal ou bem, os cubenses abraçaram a hipótese de terem Colombo (ou Colon, já lá iremos) como seu conterrâneo.

Contudo, este não foi o primeiro passo dado na aproximação do município às teorias de Colombo ser português. Já cinco anos antes da abertura do espaço se introduziu uma estátua de tonelada e meia dedicada ao Almirante, a poucos metros do Centro, assente num bloco de granito onde se afixa uma placa com o seguinte título, “Alentejo – Terra Mãe da Descoberta”, para depois prosseguir, “28 de Outubro de 1492, Cristóvão Colon descobriu a ilha à qual deu o nome de Cuba – a outros sítios do Novo Mundo foi atribuindo nomes das terras do Alentejo”. A inauguração de tão curiosa escultura contou com a presença de vários partidários da hipótese portuguesa, dos mais altos cargos do município, e, veja-se bem, até do Embaixador de Cuba em Portugal.

Se até ao início do século XXI a discórdia não saía de alguns fóruns e de meia dúzia de livros ou revistas, Cuba do Alentejo encarregou-se de trazer a controvérsia para a rua.

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Colombo português?

Existem vários dados, uns mais credíveis do que outros, que tentam suportar a ideia de que Colombo era, afinal, português – e não um tecelão genovês, como a história corrente diz.

Todavia, é importante dizê-lo, a questão da naturalidade de Colombo não é uma dúvida exclusivamente portuguesa. Já galegos disseram que ele teria nascido na Galiza. O mesmo fazem actualmente alguns catalães e valencianos. Certas opiniões colocam a Polónia ou a Croácia no meio disto tudo. E mesmo dentro de Portugal, nem todos acreditam que Colombo, a ser português, fosse da vila da Cuba – há quem atire hipóteses diferentes, como a de Colos, em Odemira; ou a de Vila Ruiva, no concelho de Cuba, o que o colocaria na mesma como alentejano; ou até de Coimbra, numa conjectura formulada por Pedro Ataíde e que parte da premissa de que Colombo era um corsário.

Não obstante, o que aqui importa é mesmo falar da versão mais comummente defendida neste país – a de que Colombo era português e, indo mais além, da Cuba do Alentejo. E para isso, teremos de separar alguns dos apontamentos mais referenciados pelos defensores desta tese, escolhendo apenas os quatro vectores de argumentação mais utilizados. Começando.

A questão do nome

Dizem alguns, sobretudo baseados na interpretação de uma sigla que Colombo utilizava nos seus documentos, que o navegador era filho bastardo de D. Fernando, 1º Duque de Beja. Assim sendo, Colombo seria neto do rei D. Duarte, sobrinho do rei D. Afonso V, e primo direito do rei João II. A sua mãe, de acordo com esta hipótese, era Isabel Sciarra da Câmara, filha de João Gonçalves Zarco, também ele navegador, que terá vivido parte da sua vida na Cuba. Foi nesta conjuntura que nasceu o futuro Almirante. Desta forma se justifica o nome verdadeiro de Cristóvão Colombo: Salvador Fernandes Zarco. Fernandes viria do pai, enquanto filho de Fernando, e Zarco era tomado ao avô materno.

Esta suposição foi adiantada há já cem anos, embora com uma variante: o seu nome era Salvador Gonçalves Zarco, apropriando dois apelidos do seu avô materno. Mas Gonçalves, à época, significaria filho de Gonçalo, o que se mostrava impossível dado que a própria assumpção é que Colombo seria filho de um Fernando e não de um Gonçalo. Cerca de um século depois, Mascarenhas Barreto parece ter admitido o erro quando resolveu corrigir o seu nome para Salvador Fernandes Zarco, porque filho de D. Fernando.

Já Cristóvão Colom foi um nome posteriormente adoptado pelo Almirante, vindo depois a sofrer uma pequena corruptela de Colom para Colón quando ele se dirige para Espanha – cai o om tipicamente português e em seu lugar entra o ón de uso corrente em Castela. O termo Colombo, defende a tese portuguesa, nunca foi usado pelo próprio, e apenas existe por uma tradução latina mal engendrada.

A questão dos topónimos

Talvez o mais importante pressuposto para os defensores de um Colombo português seja o uso de topónimos supostamente lusos nas terras que foi descobrindo no Novo Mundo.

Em primeiro lugar, o uso de Cuba para nomear a ilha caribenha, inspirando-se na sua (eventual) terra natal. Argumenta-se que não existe nenhuma outra Cuba na Europa, nem sequer em Espanha ou Itália, o que é sugestivo da origem alentejana do Almirante. Outras descobertas feitas pelo navegador ao longo das suas quatro viagens são etiquetadas com nomes de povoações do Alentejo ou do sul português – Mourão, Ponta de Faro, Santarém, entre muitos outros.

Ademais, a algumas ilhas atribuiu nomes referentes à sua família: a ilha Fernandina assim se intitulou por causa do seu pai, D. Fernando; e a ilha de São Salvador, actualmente parte das Bahamas, ficou com o seu nome próprio.

A questão da origem

Neste campo, os apoiantes da tese portuguesa pegam na história oficial (que entende Colombo como um tecelão de Génova) e deixam uma pergunta em jeito de provocação: como é que um homem do povo conseguiu em Portugal e em Espanha chegar a tão altas esferas, tendo casado com uma fidalga portuguesa, falado directamente com o rei D. João II, e conseguido o financiamento para a descoberta da Índia da parte dos reis Católicos.

E de facto, neste caso concreto, até os críticos da tese portuguesa têm alguma dificuldade em explicar certos acontecimentos. É dado adquirido que Filipa Moniz (ou Filipa Perestrelo, como também, por vezes, é conhecida) casou com Cristóvão Colombo e que ambos viveram em Portugal, chegando a ter um filho. E não era frequente (ou era mesmo impossível) que um homem de origem plebeia, mesmo que com posses, desposasse uma mulher da fidalguia.

A questão da espionagem

Um dos mais importantes pressupostos da tese portuguesa – porque, a ser verdade, alteraria em muito a percepção que temos da empresa dos Descobrimentos – garante que Colombo era afinal um agente secreto português enviado até aos reis Católicos com o falso propósito de lhes vender um caminho por ocidente até à Índia. Na verdade, a sua intenção era facultar mais informação e mais terra do além-mar a D. João II. Assim se explica que as terras encontradas por Colombo estivessem todas a sul do paralelo definido no Tratado de Alcáçovas, sendo assim, teoricamente, todas portuguesas.

A juntar a isto, acrescenta-se o facto de que Colombo terá ainda passado por Lisboa na sua viagem de retorno à Europa, só depois indo ao encontro dos reis Católicos.

As críticas

São muitas as vozes dissonantes da tese portuguesa – na verdade, são a maioria. Se o lado que apoia um Colombo lusitano acusa os seus adversários de academismo fechado e pouco tolerante a novas abordagens históricas, os que se mantêm alinhados com a história oficial atiram aos oponentes que não passam de curiosos pouco cumpridores dos caminhos que nos levam a determinados consensos.

Para os defensores de um Colombo genovês, é quase impossível fazer crer aos restantes o que quer que seja, porque o tema é mais emocional do que racional. Acusam o outro lado de funcionar ao contrário do que é suposto: primeiro tiram uma conclusão, que se baseia sobretudo num desejo – a de que Colombo nasceu em território português -, e daí tentam encontrar pistas que vão de encontro ao pressuposto. Ou seja, começa-se na conclusão e daí anda-se para trás – aquilo que corrobora a tese previamente definida é aceite como prova, aquilo que a fragiliza é entendido como falso ou desviante. Quando o que deve ser feito é precisamente o contrário, pegar em tudo o que se tem, de testemunhos a documentos, e daí tentar chegar a um resultado, ou antes, a um consenso de como a história aconteceu.

De qualquer forma, surgem, aqui e ali, vários textos que tentam desmontar a hipótese portuguesa ponto a ponto.

Em relação ao nome, por exemplo, e em resposta à presunção de que o nome Colombo nunca teria sido usado (mas sim Colom ou Colón), João Silva de Jesus responde com uma significativa lista de documentos daquela época em que o termo Colombo é usado, por diversas vezes, e por diversas pessoas.

Quanto aos topónimos atribuídos pelo navegador a certas ilhas ou povoações, Filipe Thomaz contrapõe afirmando que essa nomenclatura, ao contrário do que é dito, pode ser encontrada não só em Portugal mas também em terras genovesas, acusando o outro lado de meter no mesmo saco terras descobertas por Colombo e terras não descobertas por Colombo, ao mesmo tempo que deixa de fora alguns topónimos que não encaixam na narrativa lusa. Até Cuba, nome dado à ilha, nada tem que ver com a Cuba alentejana onde supostamente nasceu, dado que a origem de ambas as palavras é distinta – a Cuba portuguesa advém das cubas onde o vinho e os cereais eram guardados ou mais provavelmente do arábico coba que significa torre, enquanto a Cuba caribenha descende de um termo nativo. E de caminho, os historiadores defensores da história oficial atiram que uma correlação muito semelhante foi feita por galegos quando tentaram provar que o Almirante tinha nascido na Galiza, forçando uma analogia entre os nomes das terras descobertas no Novo Mundo e os topónimos de algumas povoações perto de Pontevedra.

No que toca à origem plebeia do navegador, ficando implícito que assim sendo nunca ele poderia casar com uma fidalga portuguesa ou sequer ter conversas pessoais com os reis de Portugal e Espanha, há alguma parcimónia na resposta. Ainda assim, assume-se que Cistóvão Colombo, nos anos vividos em Portugal, funcionou como intermediário entre Portugal e a sua República de Génova natal, e que foi nessa posição privilegiada, embora não aristocrática, que conheceu Filipa Moniz.

Quanto ao cenário de Colombo ser um agente de D. João II infiltrado no meio dos reis Católicos, entendem os apoiantes de Génova que, se tal aconteceu, então o serviço prestado foi exactamente o contrário do que seria de esperar, já que deu a uma nova Espanha unida um mundo que, até aí, não fazia ideia de existir – contrapondo ainda que D. João II chegou a ordenar a prisão de Colombo quando este chegou aos Açores, regressado da América.

Fora esta batalha de factos arremessada por apoiantes da causa portuguesa e defensores da nascença genovesa, há ainda um terceiro grupo de gente, enquadrado num campo mais neutro, composto por quem não entende por que razão é assim tão importante que Colombo tenha nascido português, catalão, genovês, ou qualquer outra coisa. Primeiro porque nada muda no resto da história. Segundo porque, para muitos, Colombo foi um déspota e não exactamente um modelo de homem.

Para terminar, houve na verdade uma intenção dos seguidores da tese portuguesa em comprovar o que diziam. Pegar no ADN de Cristóvão Colombo (obtido dos restos mortais, sepultados em Sevilha, e que já foram verificados como verdadeiros) e cruzá-lo com os do seu presumível pai, D. Fernando. O problema é que, quando abriram o presumido túmulo deste, nada lá estava, e não foi possível comprovar coisa nenhuma. D. Duarte Pio, simpatizante da tese portuguesa, mostrou-se disponível para, com o seu ADN, mostrar que Colombo tinha sangue real português.

Cuba do Alentejo – o que fazer, onde comer, onde dormir

Cuba, a vila alentejana e não a ilha caribenha, foi povoada desde épocas pré-romanas, embora tenha sido com Roma que ganhou relevância. Com efeito, é a nordeste da vila, num pequeno outeiro a que chamam de Moinhos do Tanquenho dado o par de moinhos de vento que por lá moram, que muito provavelmente um castelo romano foi alçado. Hoje temos dali um excelente palanque para a actual povoação - observa-se o baixo casario e, às suas cavalitas, as altitudes do silo de cereais e da torre das piscinas.

O burgo da Cuba é feito a esquadria, sobretudo o seu flanco sul, aquele que mais influência teve com a chegada da Estação de Caminhos de Ferro. A esse propósito, Pedro Ferro, na obra "Alto e Baixo Alentejo", chamou Cuba de "terra de cargas e descargas". Com efeito, aqui vinham quase todo os alentejanos residentes nessa mancha entre Évora e Beja à caça de mercadoria. Esta veia comercial cubense moldou as gentes e a terra. Viu uma modernização nos seus edifícios que poucas características guardam da arquitectura popular alentejana. Não obstante, na Cuba ainda temos a tradição sulista a funcionar em paralelo - nas adegas musicadas do Cante (que nunca cessem os cantadores cubenses que, com gravidade na boca e mini na mão, arrastam as sílabas numa dolência maior que em todo o resto do Alentejo), no activo lendário (veja-se a Lenda do Poço da Besta), na beleza interior da Igreja Matriz de São Vicente (o frontal de azulejos é gabado para lá da concelhia).

Como curiosidade, e puxando um pouco pela controvérsia, o Centro Cristóvão Colon está de portas abertas para quem se queira deixar convencer com a teoria da origem do descobridor ser não só portuguesa, mas muito em concreto cubense. Menos polémico é o Museu Literário Casa Fialho de Almeida, uma sentida homenagem da Cuba a um dos homens que mais beleza e veneno pôs nas palavras com que se criticava os dirigentes do país entre o final do século XIX e início do século XX.

Depois há o resto, exterior à sede de concelho, que não é pouco. Porém, quase tudo o que há para ver dentro das fronteiras do município de Cuba está no núcleo norte, mais ou menos entre as duas aldeias históricas de Vila Ruiva e Vila Alva. Na primeira destacam-se os vários frescos, na segunda as maravilhosas adegas onde se prova o barrento e romano Vinho de Talha. Lá param também dois monumentos fundamentais para a compreensão da história deste par de terriolas geminadas - a romana Ponte de Vila Ruiva, que é monumento nacional, e a Ermida da Senhora da Represa, onde há procissão por altura da Páscoa.

Mais para cima, próxima de Albergaria dos Fusos, fica a praia fluvial, novinha em folha, pronta a refrescar as tardes soalheiras. No flanco sul, apenas Faro do Alentejo serve de referência geográfica, sendo uma aldeia de poucas casas e cujo protagonismo apenas é reclamado aquando da sua Feira da Caça, da Pesca, e do Mundo Rural, que por acaso até acontece na mesma altura em que as talhas se abrem para a prova de vinho novo.

Falando em aberturas de talhas, e voltando à face setentrional do concelho, a não perder são os eventos lançados pela Herdade do Rocim e por Vila Alva, respectivamente designados Amphora Wine Day e Provando o Tareco, ambos realizados por ocasião do dia de São Martinho. No primeiro provamos os tintos de ânfora da quinta cubense, no segundo tragamos os tintos de ânfora das centenárias vinhas do município. Com jeitinho, dá para ir aos dois.

Onde comer

O correcto é dividir tudo o que se enquadrar na categoria de comes e bebes cubenses em dois grupos: os restaurantes e as adegas. Nos restaurantes o que mais importa é a comida, embora também se beba. Nas adegas o que interessa é a bebida, embora também se coma.

Antes de irmos a cada um deles, uma nota aos visitantes: estamos no Alentejo, e não num Alentejo qualquer, no interior alentejano. Em muitos estaminés não há menu. É entrar, sentar, e comer o que os donos recomendam. O processo não pode ser mais simples. Fico banzado com a quantidade de pessoas que não entende que nem tudo tem de estar escrito numa tábua. Se o chefe de cozinha ou o empregado não vos der escolha, aproveitem isso mesmo, o não ter de escolher.

Começando então pelos restaurantes, o Julião, na Cuba, mistura os pratos mais conhecidos do Alentejo, que andam quase sempre em torno do porco, com surpresas vindas do mar, como o lingueirão. Ainda na Cuba, e de estética mais moderna, temos o Essa Taberna, de abertura recente e cuja aposta recai na petiscaria. No extremo norte da concelhia aconselha-se a , um pequeno café que serve pratos regionais e onde as sopas - a de grão e a de cação - são a razão principal para se entrar.

Já as adegas - que, sejamos honestos, é o que realmente distingue o município -, o ideal é escolher Cuba ou Vila Alva, porque é lá que elas se concentram. A Casa de Monte Pedral, na Cuba, faz um cinquenta-cinquenta: ora é adega, ora é restaurante, e tem no feijão com cardo (ou carrasquinhas, como se preferir chamar) a figura de proa. E também na Cuba há uma bela casa típica alentejana que alberga a Adega da Lua onde o vinho é rei. Passando para Vila Alva, começo por recomendar que o leitor fique atento ao calendário e ao horário de abertura de cada adega, se for preciso ligue antes para confirmar se há gente para o servir, reforçando que a melhor maneira de as apanharmos todas de porta escancarada é nas festas das provas de vinho novo, em Novembro - nesse sentido, é famosa a Adega do Mestre Daniel por se ter tornado sede do projecto XXVI Talhas, bem como a Adega do Guel e a Adega de Panóias.

Onde dormir

Em primeiro lugar da lista de recomendações está a doce Casa do Alto da Eira, na aldeia de Albergaria dos Fusos, bem perto da recente praia fluvial. É uma tradicional casa alentejana que mistura xisto e tijolo com uma bela piscina harmonizada com a envolvente.

Entre Vila Ruiva e a sua famosa ponte encontramos o Turismo Rural Pedremoura, uma casa de campo cercada de vinhas e de sobreiros que vê nas bicicletas que empresta a melhor forma de pôr os hóspedes a tomar o pulso à terra alentejana.

A pequena mas arranjada Vila Girassol, em Vila Alva, garante bom leito a quem queira fazer um rally de adegas e dos seus vinhos de ânfora. Fica dentro dos limites da aldeia e serve de seguro aos exageros do tinto ou do branco.

Se a intenção for estar sediado na própria Cuba, então o melhor que há a fazer é fechar uma reserva no Cuba Real, um solar oitocentista reaproveitado para o turismo, munido com a maioria dos serviços mais requisitados pelo público.

Para conhecer mais promoções para dormidas na Cuba, ver em baixo.

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=38.16581 ​; lon=-7.8918

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