Parque das Azenhas da Trofa

by | 19 Out, 2022 | Douro Litoral, Lugares, Natureza, Províncias, Rotas e Caminhos

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Projectado em 2007. Iniciado em 2013. Aberto em 2017. O Parque das Azenhas é um relaxante passeio que a Trofa ofereceu aos seus munícipes, de costas para a cidade, e à beira do rio Ave.

As azenhas

O nome do parque – que na verdade é mais um corredor ou um passadiço – deriva de três azenhas que estão à beira-rio, duas delas já bastante degradadas. As azenhas transformaram-se, assim, em provas de outros tempos, quando a corrente fluvial funcionava como motor para moinhos de água laborarem. Nenhuma das azenhas é visitável. Elas são, acima de tudo, referências culturais de uma rota que pretende – e consegue – acalmar o ritmo de uma cidade que, como se sabe, cresceu a velocidade galopante.

A azenha da ponta ocidental designa-se Azenha de Sam ou, em alternativa, Azenha de São, sendo as terras de São estas que se encostam ao Ave, numa e noutra margem. Trabalhava, essencialmente, o linho, planta que, de resto, sempre foi muito cultivada na zona do Douro Litoral e do Minho, em particular nas imediações de Guimarães.

A azenha da ponta oriental é a que se encontra em melhor estado de conservação, tendo sido requalificada recentemente. É a mais nova das três – por isso se chama Azenha Nova, tendo como nome alternativo Azenha Real. Moía sementes de linho, feijão e cereais.

Entre a Azenha de Sam e a Azenha Nova, sensivelmente a meio do percurso, fica a Azenha da Barca, designação que advém do facto de aqui se fazer a travessia do rio com a ajuda de uma embarcação – isto antes da ponte ou do caminho de ferro serem sequer uma ideia. Barca, aqui, assume a mesma importância que tem nos topónimos de outras povoações, como por exemplo Ponte da Barca. Tal como a Azenha de Sam, dedicava-se à maceração do linho.

O bosque na entrada poente do Caminho das Azenhas

Entrada para o Parque das Azenhas

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Da cidade ao campo

Se começarmos a caminhada na ponte férrea, isto é, na ponta leste do Parque das Azenhas, e nos dirigirmos até à outra extremidade, ligeiramente a norte da Ponte da Corredoura, notaremos, mesmo que à distância, uma mudança de cenário.

A nascente, sentimo-nos ainda envoltos pela malha urbana da nova Trofa, fornecida de hipermercados, densas zonas residenciais, parques automóveis e outro tipo de serviços que relacionamos com as grandes urbanizações. Mas à medida que acompanhamos a corrente do Ave para oeste, a pacatez vai ganhando espaço. Há menos gente a passear os cães. Os últimos andares dos prédios trofenses sumiram-se da vista. Calaram-se os motores de carros e autocarros. Nem damos conta porque o nosso olhar está quase sempre preso no Ave, mas basta uma fugaz espreitadela para o lado oposto ao rio, onde a cidade antes estava, para nos apercebermos da substituição de plano.

É a cultura do milho que nos dá a mão na segunda parte do percurso. É possível que nas águas lamacentas de um rio que não está isento de poluição um pelotão de patos apareça. E que os guarda-rios voltem ao lar, às dezenas de casotas que foram montadas nos troncos de amieiros, carvalhos e plátanos. Em menos de quinze minutos, passamos da cidade para o campo, a lembrar o que a Trofa era há bem pouco tempo. Se calhar é esse o verdadeiro encanto do Parque das Azenhas. Percorrê-lo é percorrer a Trofa – o que ela foi e o que ela é.

Rio Ave no Parque das Azenhas, Trofa

Rio Ave

Aspecto requalificado da Azenha Nova

Azenha Nova

Casotas de pássaros no Parque das Azenhas, Trofa

Casotas de guarda-rios

Trofa – o que fazer, onde comer, onde dormir

A Trofa é um dos municípios mais recentes de Portugal. Desde que a antiga estação de comboios apareceu (e que está agora requalificada no espaço da Alameda da Estação), no final do século XIX, que as várias freguesias do Bougado, que posteriormente viriam a ser englobadas no concelho trofense, não cessaram de crescer. Antes, pela indústria. Agora, pela posição suburbana que têm relativamente ao Porto, e cuja fronteira nordeste se estabelece no rio Ave.

Ainda assim, a Trofa afasta-se do conceito de cidade-dormitório. Soube conservar boa parte do seu património histórico (como acontece com o Castro de Alvarelhos ou os Marcos Miliários da Casa da Cultura), cultural (como uma ida à romaria da Festa de Nossa Senhora das Dores ou a visita a uma oficina dos Santeiros de São Mamede do Coronado explicarão) e natural (como o recente Parque das Azenhas ou o sagrado Monte de São Gens mostram).

Nas comidas, há uma propensão para a feitura do leitão, a lembrar a da Bairrada, e tal comparação pode ser comprovada indo aos restaurantes Flor do Ave, Lina ou Adega Regional Os Bairristas, entre outros que este escriba não teve oportunidade de pôr pé. A simplicidade dos grelhados do Tourigalo não faz mal a ninguém e tem preço em conta. Depois há a fábrica da Post Scriptum que os fãs de cerveja artesanal irão gostar pela certa, podendo esta também ser tragada na simpática Malte Taberna.

Quanto a hotelaria, a oferta não é muita, provavelmente pela quantidade de hotéis e derivados que existem na cidade Invicta. Mesmo assim, há espaço para a magnífica casa Porto-Braga Country Side, em Alvarelhos.

Mais ofertas para dormir na Trofa podem ser vistas em baixo:

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.34564​; lon=-8.56595

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