Fraga da Ôla
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Foi votada como uma das Maravilhas de Trás-os-Montes, classificação desenvolvida pela Associação Empresarial do Distrito de Bragança. Compreende-se. A Fraga da Ôla, também conhecida por Fraga do Síbio, é tão bela que várias lendas se fizeram dela.
Um furo de Carpinteiro
A Fraga da Ôla, um jacto de água que sai de uma cunha formada entre montes, mais parece um furo feito a broca de carpinteiro para aliviar a pressão da corrente. A fissura saiu modesta e pôs a ribeira da Coleja a correr em esguicho, como a água que sai de uma mangueira meio tapada pelo polegar.
A metáfora do furo de carpinteiro não é aleatória. Disse-a porque aqui existe uma feliz coincidência de termos. A ribeira da Coleja corre, na realidade, entre duas serras: a da Assunção, a ocidente, e, lá está, a do Carpinteiro, a oriente. É quando chega perto da povoação de Pinhal do Douro que resolve cair desta forma, em fina mas viçosa cascata por mais de trinta metros de altura, e para a vermos o ideal é caminharmos até à varanda que se criou para o efeito – fica a meio caminho entre Pinhal do Douro e Coleja, e obriga a um curto mas desnivelado caminho a pé (para quem tenha crianças ou apenas preguiça, o carro é outra opção, chegando até bem próximo do miradouro).
Saliente-se ainda que o município abriu uma rota em torno de Pinhal do Douro que, na sua primeira metade, cobre toda a área a poente da aldeia, inclusive os trilhos que nos levam à Fraga da Ôla.
Para o visitante, fica a nota: não ir em meses secos. Isto não é o Minho, estamos na secura de Trás-os-Montes que fortalece a uva e aprimora o azeite. A chuva não é uma constante. E, como tal, guarde-se a ida para o Outono ou a Primavera, não só pela beleza imponente que a Fraga da Ôla apresenta nessa altura, como pelas cores que a natureza entrega.
Um salto do diabo
José Viale Moutinho escreveu sobre uma lenda que narra a reunião de feiticeiras junto à Fraga da Ôla, todas as sextas-feiras, pela meia-noite. Diz-se que o diabo, encontrando-se em Seixo de Ansiães e querendo ir ter com elas um dia, deu um salto no seu cavalo do sítio onde se encontrava até à cascata. Teve de passar por cima da ribeira da Uceira e do monte de Cabeços – falamos de uma distância de praticamente quatro quilómetros.
A crença é inspirada em duas covas, uma no local da partida, outra no local da chegada, que se atribuem às ferraduras do cavalo demoníaco.
Existe, contudo, uma outra fraga, de nome Fraga das Bruxas, bem perto da Fraga da Ôla, sobre a qual Alexandre Parafita recolheu um testemunho. Também nela se juntam bruxas – ou feiticeiras, dependendo da perspectiva -, e também nela há uma cova, mas neste caso, o orifício não está relacionado com a ferradura de um cavalo mas sim com um pequeno depósito de água onde as bruxas molham o pente antes de se pentearem. Poderá a lenda de José Viale Moutinho estar relacionada com esta Fraga das Bruxas ao invés da Fraga da Ôla?
Carrazeda de Ansiães – o que fazer, onde comer, onde dormir
De uma vila medieval - hoje o abandonado Castelo de Ansiães que guarda, entre outras coisas, a bela Igreja de São Salvador -, o povo fez as malas e assentou em terriolas cercanas. Uma delas, a mais povoada das redondezas, foi a de Carrazeda, agora conhecida como Carrazeda de Ansiães, sede de um concelho vigilante do Douro e do Tua.
Em Carrazeda, aproveite-se a Taberna da Helena para quem gosta de boa carne. Num registo mais castiço, o restaurante Convívio também se recomenda. Os produtos da região têm na Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite a altura ideal para serem provados - está marcada para final de Agosto, em Carrazeda. Fora da gastronomia, os carrazedenses que me perdoem mas, na minha opinião, o que há mais para oferecer no município está na natureza e não na actual vila: as belas anta de Vilarinho da Castanheira e anta de Zedes, bem como o imponente planalto granítico sobranceiro ao Douro e que pode ser percorrido através da Rota dos Miradouros, tal como vários lugares lendários como a Fraga da Ôla e a vizinha Fraga das Bruxas.
Para dormir, há uma bonita morada em Vilarinho da Castanheira, a Casa Dona Urraca. Na fronteira sul do concelho, os socalcos vinhateiros dão-nos dois óptimos poisos de xisto: o Hotel Casa do Tua e o Terraços de Baco, ambos excelentes para entrarmos no mundo dos vinhos do Douro.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=41.16519 ; lon=-7.23346