Ruínas do Prazo
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Às Ruinas do Prazo há quem chame Ruínas Romanas do Prazo. Designação adoptada por muitos dos que as conhecem mas que se fica por incompleta, porque o museu a céu aberto que vemos é bem mais do que isso.
Há ainda quem lhe atribua o título de Machu Picchu português, suponho que por se encontrar numa encosta e por ter vestígios ancestrais. Vício danado este das comparações, o mesmo que coloca Aveiro como a Veneza de cá. Tal como Aveiro não é nenhuma Veneza, também o Prazo, adiante-se, não é nenhum Machu Picchu. E estão muito bem assim.
História
A cronologia das Ruínas do Prazo é uma das mais extensas do país. Se atentarmos bem, reparamos que há por cá pedras trabalhadas pelo homem pré-histórico, pelo homem da idade do ferro, pelo homem romano, pelo homem proto-cristão, pelo homem medieval, e, até, pelo homem moderno. E é por isso que tratá-las por ruínas romanas é extremamente redutor, dando, claro, a mão à palmatória, ao concordar que Roma está bem presente no quadro.
As ruínas são, então, uma manta de retalhos histórica, e ainda assim assumem um tom monocromático, como se tivessem sido pensadas para resultar nisto desde a primeira hora, muito por culpa do granito que é a pedra base de quase toda a obra cá feita – tendo os seus afloramentos, em alguns casos, servido de parede natural a algumas das edificações.
Há vestígios de cabanas da altura do Neolítico; uma casa de planta circular e um menir (e ainda uma estela antropomórfica lá achada, bem como outros materiais que podem ser visitados no Museu de Freixo de Numão, também chamado Museu da Casa Grande, antigo solar agora redireccionado para a partilha da história e cultura locais) que nos remetem de imediato para o tempo do ferro; uma casa senhorial e zona de banhos de origem romana; um santuário paleo-cristão (plantado sobre a casa senhorial romana) que se manteve activo até, pelo menos, ao século XIII, com as devidas obras de manutenção e ampliação; vinte e dois túmulos, agora a descoberto, feitos das duas grandes rochas do centro e norte do país, o xisto e o granito; e até um forno de construção recente usado para a secagem de figos.
Ou seja, com os devidos interregnos, as Ruínas do Prazo sempre foram palco de alguma coisa, seja isso a vida aburguesada romana ou a ruralidade inóspita a que foram entregues.
A natureza do Prazo
Se metade da imensa beleza do Prazo está naquilo que o homem lhe fez ao longo de tantos séculos, a outra metade, ainda mais velha, veio da mão dos Deuses.
A beleza natural que se vê é para se sentir, tal qual como aqueles que por cá passaram fizeram. Em terras de amendoeiras, o ideal é parar por estes lados nos meses de Fevereiro ou Março, consoante a altura em que o sol primaveril chegar, para as termos em floração. É nessa altura que, vaidosas, as amendoeiras casam melhor com os vales vinhateiros do Rio Douro e demais afluentes.
Os penedos, do tamanho de gigantes, não passam despercebidos, sublinhando a região do interior duriense como uma religiosa nação granítica. Cada uma destas fragas é reflexo pétreo da dura vida local, pronunciada pelo acidente do solo, de um verde enxuto, a suplicar por rega.
É de sítios como este que se alimentam as lendas. O Prazo é, definitivamente, de inspiração lendária. Por alguma razão, aqueles que lá moram perto, no Freixo, vêem no Prazo o Freixo Antigo. No subconsciente das gentes próximas, ali é o epicentro do seu ser – e isto apesar de, muito provavelmente, ter existido um castro da Idade do Ferro na zona onde se situa a parte mais urbanizada de Freixo de Numão.
Chegar às Ruínas do Prazo
As duas melhores formas de chegar à Estação Arquológica do Prazo são feitas via sul e via leste.
A primeira faz-se através da N222. Indo de Sebadelhe para oriente, em direcção a Vila Nova de Foz Côa, e antes de chegarmos ao cruzamento que nos leva até ao Freixo Novo, temos uma pequena placa que nos indica o Prazo. Depois disso, seguimos sempre em frente, e havemos de ir lá dar.
A segunda começa em Freixo Novo e toma o caminho que se inicia no Museu da Casa Grande, passando logo de seguida na Igreja Matriz e no pelourinho, até uma estrada que se prolonga para lá do povoado, para poente. Sendo esta a escolha, não podemos deixar de fazer a sugestão: vá-se a pé, se o dia for convidativo, porque vale a pena.
Um monumento pré-romano numas ruínas que compilam quase todos os períodos históricos
Vila Nova de Foz Côa – o que fazer, onde comer, onde dormir
Um depósito de arqueologia nas ribas do Douro, assim se sintetiza, da maneira possível, as terras de Foz Côa. Da Pedra da Cabeleira de Chãs à Igreja Matriz da sede de concelho, passando pelas Ruínas do Prazo, um vento de mistério desvaira por aqui.
Mas também há tempo para a preguiça. A magnífica Casa do Rio - Vallado, a Este da cidade, camuflada pelo verde seco que encosta ao Douro, oferece tudo o que pode pedir. É uma quinta vinhateira com mais de trezentos anos de vida, antes posse de Dona Antónia Adelaide Ferreira - vulgo Ferreirinha - e agora nas mãos da sua descendência.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=41.06858; lon=-7.24264