Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa
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Terras de vinho, xisto e gravuras rupestres, geralmente não são associadas a grandes cataclismos naturais. Mas quando menos se espera, surgem nestas paragens sinais de tempos em que a Terra tremeu, zangada dos pecados da humanidade.
No dia de Todos os Santos de 1755, um terramoto, com epicentro a 120 milhas marítimas da costa portuguesa, galgou a distância e veloz trepou pelo país acima. Nesse dia não houve terra em Portugal que tenha escapado sem represálias, mas, no entanto, são poucos os testemunhos dos abalos que ainda permanecem. É o caso de Vila Nova de Foz Côa.
Exuberância Manuelina
No centro nevrálgico da agora cidade, petrificam testemunhos de forais régios, provas físicas da importância que os monarcas outrora outorgavam a locais no Interior do país. Onde antes havia muralhas e judiarias, ergue-se agora, quase sozinho, o pelourinho de estilo gótico flamejante português (mais conhecido por Manuelino).
A acompanhá-lo está a Igreja Matriz. O portal exuberante, encimado pela padroeira Nossa Senhora do Pranto, revela pistas do interior, onde finalmente encontramos a resposta a toda esta charada sobre tremores de terra.
Pelourinho manuelino
No meio da arte, um achado
No interior, a beleza do templo revela a passagem dos séculos, nos estilos que se entrecruzam, misturando cronologias e simbolismos. Além do magnífico retábulo de talha-dourada, rapidamente o olhar se perde no tecto de caixotões, no púlpito granítico e no singular conjunto de nove painéis da “Paixão de Cristo”.
Mas na admiração da arte do templo, poderá ao visitante parecer que algo está “fora do lugar”. De facto, no corredor direito, os olhos mais incautos poderão nada notar, mas com o mínimo de atenção, é possível ver que as colunas e o tecto se entortam, como um vórtice de Escher.
Eis, então, a prova do terramoto, que entortou a igreja até aos dias de hoje. Não se apoquente por isso o visitante, pois já teve muitos séculos para ruir e ainda não o fez.
A razão para o forte abalo que assolou a região poderá encontrar-se na Falha de Vilariça, adjacente à Vila, que rasga a paisagem no Vale da Veiga (com 45 km de comprido). O miradouro do Caminho da Costa, é o melhor local para o observar a depressão tectónica desta falha activa, com origens em Unhais da Serra, e “irmã” da Falha da Nazaré (a mesma responsável pelas conhecidas ondas gigantes na Praia do Norte).
Vila Nova de Foz Côa – o que fazer, onde comer, onde dormir
Um depósito de arqueologia nas ribas do Douro, assim se sintetiza, da maneira possível, as terras de Foz Côa. Da Pedra da Cabeleira de Chãs à Igreja Matriz da sede de concelho, passando pelas Ruínas do Prazo, um vento de mistério desvaira por aqui.
Mas também há tempo para a preguiça. A magnífica Casa do Rio - Vallado, a Este da cidade, camuflada pelo verde seco que encosta ao Douro, oferece tudo o que pode pedir. É uma quinta vinhateira com mais de trezentos anos de vida, antes posse de Dona Antónia Adelaide Ferreira - vulgo Ferreirinha - e agora nas mãos da sua descendência.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=41.08307; lon=-7.13636