Festival Internacional de Camélias

by | 1 Dez, 2024 | Douro Litoral, Festas, Março, Províncias, Tradições

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Começou por Celorico de Basto, com a Festa Internacional das Camélias, mas rapidamente contagiou o não muito longínquo concelho de Lousada, ganhando aí o aproximado nome de Festival Internacional de Camélias. Um e outro continuam a realizar-se, quase sempre num dos fins de semana do mês de Março, mas é sobre o segundo que me debruçarei daqui em diante.

Em Lousada, a celebração das camélias tem centro na Praça das Pocinhas, defronte do Centro de Interpretação do Românico, onde se instala um abrigadouro de laterais transparentes, protector dos participantes face ao frio e à chuva – que nesta altura do ano são visitas quase certas. Uma boa parte das actividades desenvolve-se por diversos pontos da vila, como no próprio Centro de Interpretação acima mencionado ou na Biblioteca Municipal ou no Auditório Municipal. Outra parte espalha-se pelos velhos domínios senhoriais da concelhia e leva-nos ao encontro de camélias com mais de cem ou duzentos anos.

A luz do Inverno

A camélia, que desabrocha no Inverno, assume-se como uma antecipada promessa de Primavera nos cantões mais setentrionais do país. É, por isso, tratada como Chefe de Estado sempre que abrolha por estas paragens. Não raramente se costuma nomear determinada camélia com um nome de um familiar que se perdeu ou que foi para fora, quando não com outro de uma celebridade ou personalidade da história portuguesa. Por muito que custe a crer, a verdade é que há gente no Norte que trata a camélia com a proximidade com que nós, humanos, nos relacionamos com animais domésticos.

Semelhante veneração acontece, não por coincidência, na Galiza, com festividades em torno desta flor em lugares como Tui, Lérez, Valga, Narón, Tomiño, Cuntis, Vedra, Campolongo, Padrón, entre outros. A Galiza, já agora, e seguindo a mesma lógica, aparece também com alguns representantes a concurso no Festival Internacional de Camélias de Lousada.

Talvez pela geografia onde nos encontramos – e todos sabemos como funciona o clima do Mondego para cima, de Novembro a Abril -, não espanta ninguém que o brilho cameliáceo, um espaçado de cor entre o branco e o rosa-choque, se realce em papel de fundo acinzentado, a cor do céu nortenho nos meses hibernais. A flor da camélia, para esta gente, não é só beleza exótica – mostra-se como um elemento fora da paisagem, uma colorida boa-nova em ciclo morto. É, como tal, mais do que justo que lhe dediquem um par de dias. E de embalo se promova todo canto e recanto do concelho, porque a vila serve apenas como vértebra de uma festa que é, acima de tudo, itinerária.

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Com efeito, aparte o mercado e a exposição de camélias (aos quais são dados prémios de várias categorias) além dos workshops (que ao longo dos anos têm variado, mantendo sempre a camélia como motivo primordial), e para lá dos concertos (que vão conhecendo cada vez melhor selecção de bandas e músicos), o Festival Internacional de Camélias patrocina um percurso aos interessados que queiram ver a explosão das japoneiras em muitos dos principais jardins do município, habitualmente anexados aos solares das famílias nobres lousadenses – e são muitas. Ao longo de todas as edições, já foram explorados vergéis da Casa de Juste, Casa de Vilar, da Casa de Vila Verde, da Casa do Rio, da Casa de Santo Ovídeo, da Casa de Santa Cristina, da Casa do Porto, da Quinta da Tapada, da Casa de Cárcere, da Casa de Cimo de Vila, da Casa da Bouça, do Solar do Cedro, e de outros mais, o que transforma a festa num roteiro florístico mas acima de tudo histórico pela Lousada feudal, que ainda hoje é parte da sua realidade.

Em paralelo, para cima de uma dezena de restaurantes lousadenses abre portas para mostrar a riqueza da sua gastronomia, com prioridade dada às comezainas regionais, como o cozido e o leite-creme, mas alargada aos sabores do cabrito, da sopa seca, do bazulaque. Ao mesmo tempo, alguma hotelaria cede nos preços para quem não quiser arriscar na condução – é sempre a escolha certa, digo-vos eu, com razões para isso. Nada falta para Lousada ser, por direito, a Vila das Camélias, tão vaidosa e primaveril como elas.

Discursa o Presidente da Câmara de Lousada, Nélson Oliveira

Discurso do Presidente da Câmara com o Centro de Interpretação do Românico ao fundo

Mesa apesenta camélias no festival a elas dedicado

Uma das mesas a concurso

As flores de inverno apresentada em mesa no Festival Internacional das Camélias

Mesa de camélias apresenta-se a concurso

Um dos muitos portões de acesso às Honras feudais

Lousada

Um curto roteiro histórico com o melhor de Lousada. Surpreendentes destinos, saborosos repastos, sossegadas dormidas.

Promoções para dormidas em Lousada

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.27814 ; lon=-8.28347

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