Santuário de Nossa Senhora da Piedade da Lousã

Bem perto do Castelo da Lousã, um pequeno labirinto escondido pelo denso arvoredo revela um dos lugares sacros do concelho – o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, popularmente conhecido como Penhasco das Ermidas.

O santuário

O conjunto a que se convencionou chamar Santuário de Nossa Senhora da Piedade, gabado por Raul Proença como um dos mais pitorescos sítios de Portugal, é composto por três capelas. Há, contudo, uma quarta, a mais recente e a que melhor se vê do castelo, atribuída ao Senhor dos Aflitos. Facilmente se distingue o trio de capelas que forma o antigo santuário da ermida acima mencionada – pelo rio que separa ambos, e pela unidade que vemos nas três capelas do Penhasco das Ermidas, todas ligadas por uma escada (um calvário) comum.

A sequência da tríade é a seguinte: a Capela de São João, no sopé da penha, junto à ponte, com alpendre e alva no interior; a Capela do Senhor da Agonia, já a meio da escadaria, com cruzeiro; a Capela da Senhora da Piedade, no topo do penhasco, também antecedida por alpendre, e que empresta o seu nome ao todo.

Origem

Um culto inicial, diz-se, terá ocorrido quando um ermitão carregou até aqui uma preciosa imagem que, elevada na penha, gozou de poderes milagrosos. A partir desse momento a população começou a dirigir-se a ela com pedidos na mão. Tornou-se, assim, um lugar de romaria – e ainda o é, como veremos adiante.

Primeiro construiu-se a Capela de São João, provavelmente no século XV. A Capela da Senhora da Piedade, lá em cima, seguiu-se, no século XVI ou eventualmente XVII. A última das três, a Capela do Senhor da Agonia, terá sido concluída logo no início do século XIX. Já a capela do Senhor dos Aflitos, isolada das restantes, é do início do século XX.

Lousã – o que fazer, onde comer, onde dormir

Lousã, a terra do romano Lausus, aviva-nos o estômago com um prato que recordamos desde a primeira vez que o provámos: a chanfana, que é sublimemente cozinhada no restaurante Casa Velha, dentro da vila. Ainda no reino das comidas e bebidas, a Lousã, pela mão de José Carranca Redondo, entregou uma das espirituosas mais famosas do país: o Licor Beirão. É também famoso o seu mel, de tom carregado, com selo DOP.

Quem aqui vem com tempo não dispensa o passeio pela Serra da Lousã e por todos os seus encantos ocultos - o castelo, o santuário, as praias fluviais, as aldeias do xisto (a do Candal e a do Talasnal são especialmente bonitas), a Mata do Sobral... qualquer um justifica uma caminhada exploratória ou que se agarre em duas rodas e penetremos nestes bosques de carvalhos, pinheiros, cedros e eucaliptos.

O concelho da Lousã é rico em turismo, mormente turismo interno, e por isso está servido de robusta rede hoteleira. De qualquer forma, e assumindo que escolhas não faltam, recomendamos muito o turismo de aldeia, que está muito bem representado em sítios como a Cerdeira - Home for Creativity, a Casa da Carvalha, ou a Casa do Cascão.

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