Praia do Osso da Baleia
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A Praia do Osso da Baleia acompanha toda a costa do concelho de Pombal. É, portanto, a única praia do município, mas faz-se valer, e provavelmente não existe nenhuma outra, mesmo em vizinhança distante, que arranje um equilíbrio tão bom entre sossego e acessibilidade.
A envolvente
A Praia do Osso da Baleia fixa-se entre a Leirosa, a norte, e a Praia de Pedrógão, a sul. Está tapada do interior pelo Pinhal do Urso, ou Mata Nacional do Urso como também é chamado – um vasto terreno de pinheiros e eucaliptos, líquenes, urze, e certas plantas dunares como as camarinhas, construído nos séculos XV e XVI como extensão do afamado Pinhal de Leiria, acabando por servir também como biombo de protecção às dunas. Actualmente menos selvagem do que era antes, a Mata do Urso conta agora com atalhadas que facilitam a circulação, havendo dois trilhos que podem ser percorridos para conhecermos mais do que a praia em si – são eles o da Baleia Verde e o da Lagoa de São José.
Na praia domina o areal, bastante extenso, que faz a fronteira entre o distrito de Leiria e o distrito de Coimbra, e as dunas anteriores, doiradas e onduladas, actualmente visitáveis pelos recentes passadiços de madeira lá montados.
Tudo isto sem se ter vislumbre de grandes construções ou megalomanias urbanas. Esse é o grande elogio ao Osso da Baleia – uma praia que é só isso e nada mais.
Bons acessos e sem confusão
Parece um paradoxo. De facto, nos meses estivais, bons acessos a uma praia portuguesa é sinónimo de caos na altura da visita.
Felizmente que a Praia do Osso da Baleia dá a volta ao texto. Talvez por não estar nas imediações de um grande centro urbano – a cidade mais próxima é a Figueira da Foz que tem as suas próprias praias -, não é frequente andarmos à caça de espaço para sentar, mesmo em Agosto.
Nos últimos anos, viu todo o investimento recompensado, ao lhe serem atribuídos os títulos de Praia Acessível (pela facilidade com que qualquer pessoa, mesmo com mobilidade limitada, lá chega), Praia Dourada (por toda envolvente que de lá se vê, aliando o turismo de natureza ao turismo balnear), e Praia de Bandeira Azul (pela qualidade da água e o cuidado com o tratamento do lixo). Está também apetrechada com um vasto parque de estacionamento e um restaurante.
Ponto negativo para os que gostam de banhos de sopa: quem procura algo similar às águas amenas e pacíficas do Algarve, aqui não terá sorte. Apesar de vigiado, o mar é quase sempre agitado, como é costume nesta zona, e um banho pode levar-nos a temperaturas próximas dos quinze graus. Um preço que se paga por estarmos virados para o Atlântico.
Lendas, massacres e CNN
Poucos diriam que este comprido corredor de areia ao lado do mar, praticamente desconhecido antes de construídos os actuais acessos (quem é que se aventuraria por um longo mato, a pé, se a Figueira da Foz estava mesmo aqui ao lado), tinha tantas histórias para contar. Mas tem.
A começar pelo nome, que se baseia numa lenda ou, talvez, num episódio que chegou até nós pelo boca a boca entre gerações, levando novos pontos como acontece amiúde na tradição oral. Conta-se que foi nestas areias que encalhou uma baleia, e que tal fenómeno percorreu os ouvidos de todos os povoados próximos. Como sempre, homens viram no fenómeno uma dádiva e aproveitaram para recolher tudo e mais alguma coisa da baleia – carne e óleo, sobretudo. Depois de despida, a carcaça foi deslocada até à zona dunar, passando assim a praia a ser designada como a do Osso da Baleia.
De má memória é o crime que a praia testemunhou, em 1987, quando um massacre que tirou a vida a sete pessoas pôs um país pouco dado a estas lides em choque. O homem que o fez, apelidado a partir daí de Mata-Sete, pôs a Praia do Osso da Baleia nos títulos de todos os jornais nacionais, pelos piores motivos.
Foram precisos anos para que o Osso da Baleia desse a volta a esta associação, mas a volta chegou. As notícias mais recentes são todas elas positivas – quase sempre relacionadas com as distinções já acima mencionadas, também com as constantes obras de requalificação do espaço e por fim com um bombom vindo de fora, mais concretamente dos Estados Unidos que, pela caneta da CNN Travel, referenciou o Osso da Baleia num artigo que listava recomendações da zona Centro de Portugal.
Fim de dia no Osso da Baleia
Pombal – o que fazer, onde comer, onde dormir
Em Pombal há coisa que não se perde: as Festas do Bodo, no fim de Julho, com quase uma semana de música e fé popular. A melhor forma de as viver por dentro é no Cardal Hotel, bem central e de trato fiel. Destaca-se também a vila histórica de Redinha, na zona norte do concelho, quase a chegar à fronteira do distrito de Leiria com o distrito de Coimbra, e logo ali ao lado o Vale do Poio Novo e do Poio Velha que pode ser visitado numa rota bem sinalizada.
Já no que toca a praia, Pombal não tem muita oferta. Na verdade, tem só uma, mas falamos da Praia do Osso da Baleia, que compensa de largo a falta de escolha - dado tratar-se de um areal onde a hotelaria é praticamente inexistente, o que só lhe fica bem, sugerimos a Casa na Areia, bem perto, mas já no concelho da Figueira da Foz.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=40.04366; lon=-8.89525