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Entre a Serra da Freita e de São Macário, após um caminho que, vindo de Arouca e passando pelo Portal do Inferno, se adivinha pedestre dado o mau estado das estradas, e no qual se podem avistar imponentes águias a sobrevoar as serras, avista-se numa cova do sopé de ambas as serras uma aldeia de xisto de seu nome Drave, que é também conhecida como a “Aldeia Mágica”. A atmosfera que se sente atribui-lhe este nome, visto ser Drave desabitada, mantendo no entanto toda a sua integridade como se ainda tivesse gente.

É composta por imensas casas de xisto em tudo semelhantes às históricas aldeias de xisto que abundam nas Beiras, no caso concreto na Beira Litoral, em harmonia com a bonita Igreja e os tradicionais espigueiros, e com o belo cenário natural que a rodeia. É ainda percorrida por um belo rio que resulta da afluência dos ribeiros de Palhais, Ribeirinho e Ribeiro da Bouça, acima do qual se encontram pequenas pontes a ligar os dois antigos núcleos populacionais da aldeia. O rio culmina numa pequena cascata, no coração do povoado, na qual é possível tomar um banho refrescante em águas cristalinas. Toda a aldeia é permeada por árvores e pequenas clareiras cobertas de relva, onde crescem árvores de fruto, e perto das quais se encontram mesas de xisto irregulares dignas de estarem presentes num filme de fantasia.

A vida em Drave

Drave é desabitada, mas não abandonada, sendo objecto de visita frequente de escuteiros e exploradores agrícolas que lá mantêm alguns cultivos.

Pensa-se que os últimos habitantes terão saído há cerca de duas décadas, mas a origem da aldeia é desconhecida, tendo-se no entanto a noção de que terá bastantes séculos devido à presença de castanheiros centenários, e sabendo-se que é o berço da família de sobrenome Martins.

Os seus habitantes dedicavam-se à agricultura de cultivo e pastoril, e também à exploração mineira de volfrâmio. A atmosfera misteriosa de Drave ganha ainda mais um toque de magia ao ser considerada assombrada.

A lenda do menino Carlitos

Conta-se que os últimos habitantes na aldeia da família Martins, o Sr. Joaquim e a Dª. Aninhas, já com avançada idade, receberam um dia na a visita de um rapazinho de 10 anos chamado Carlitos, de proveniência desconhecida, e aparentemente abandonado. O casal, que vivia sozinho, afeiçoou-se à criança e adoptaram-no, e o Carlitos passou a ajudar o Sr. Joaquim a arranjar lenha. No entanto, num trágico dia, o Sr. Joaquim estava com dificuldades em cortar um velho castanheiro, e pediu ajuda ao Carlitos. Por azar do destino, quando o rapazito chegou, foi quando a árvore finalmente cedeu, tombando em cima da perna do Carlitos e esmagando-lhe o joelho e o fémur. Em grande aflição, o Sr. Joaquim percebeu que era grande a hemorragia, e que a criança iria morrer ficando ali, e viu-se obrigado a cortar a perna do rapazito com o seu machado de forma a conseguir transportá-lo até casa. Apesar deste esforço, a meio do caminho o rapaz faleceu da perda de sangue. O Sr. Joaquim, com grande agonia, percebeu que não poderia levar o Carlitos de volta, pois a sua esposa nunca mais ficaria bem, e decidiu carregar o corpo até perto de Palhais e ai enterrá-lo. E assim foi. Diz-se que o choque foi enorme para o casal, e acabaram por falecer semanas mais tarde. Mas conta a lenda que o Carlitos ficou a assombrar Drave, em busca de um corpo para habitar, e que o seu sangue ainda pode ser encontrado no trilho entre Drave e Palhais.

Lendas aparte, Drave é uma aldeia maravilhosa e atmosférica. As Serras de Freitas e São Macário estão localizadas no distrito de Aveiro, concelho de Arouca e na freguesia de Covêlo de Paivó. Para encontrar a aldeia é necessário partir a pé de Covêlo de Paivó, Regoufe ou de São Pedro do Sul, sendo os três percursos bastante diferentes. Pode-se fazer a tentativa de ir de carro, mas torna-se impossível a partir de certa altura a não ser que se tenha um jipe. Vale a pena a caminhada no entanto, pois Drave é um local inesquecível.

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Arouca – o que fazer, onde comer, onde dormir

Arouca faz-se valer do seu belo Geoparque, delimitado em torno da Serra da Freita, esse manto de rochas históricas de onde saíram as famosas Pedras Parideiras ou as menos célebres Pedras Boroas.

Mas o reino de Arouca não é feito exclusivamente de penedos. A cascata da Frecha da Mizarela é inesquecível, bem como a lindíssima aldeia de Drave (agora entregue aos escuteiros mas visitável a qualquer hora do dia) ou o inopinado Portal do Inferno. Conseguindo intercalar estes pontos com a tradicional refeição local - baseada quase sempre na Carne Arouquesa, mormente a sua versão em posta -, faz-se um par de dias perfeito.

Teremos tudo isto bem ao nosso alcance caso nos alojemos numa das várias ofertas hoteleiras que existem (e se recomendam) por lá: a Quinta do Pomar Maior (em pleno parque, com quartos e casas que aliam a modernidade à tradição, e um excelente pequeno-almoço); a Cabanelas Country House (já no concelho de Vale de Cambra, na bonita aldeia de Cabanelas - pode ser alugada ao quarto ou a casa inteira); ou a Quinta do Rossado (quartos com
kitchenette num formoso terreno serrano).

Veja em baixo mais ofertas perto de Arouca:

Mapa

Coordenadas GPS: lat=40.860987 ; lon=-8.117198

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