Dialecto Castrejo
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O dialecto Castrejo é falado na vila fronteiriça de Castro Laboreiro e nos seus arredores e assemelha-se ao de Melgaço e suas outras freguesias.
Características do Castrejo
Quando o ouvimos facilmente o associamos a uma pronúncia espanholizada – as vogais são mais acentuadas, alguns dos sons anasalados como o ão do actual português desaparecem, e, genericamente, a língua é manifestamente mais aberta comparando-a com a cerrada forma de falar do português corrente. Trata-se, indo ao fundo da questão, de um arcaico galaico-português, a língua mãe que deu à luz a língua galega e a língua portuguesa, e por isso, muito provavelmente, o melhor testemunho de como funcionava o português no seu estado original.
As idiossincrasias da Galiza, de resto, podem ser encontradas em quase todo o norte e centro-norte do país, e tratando-se de uma zona raiana, a poucos quilómetros desta província espanhola, é compreensível que haja aragens galegas a influenciar os falares das gentes de Castro Laboreiro (como acontece no Barranquenho, na raia alentejana, ou no Mirandês, na raia transmontana).
Não é fácil encontrar um quadro global que estruture o dialecto castrejo.
No entanto, há formas que podemos generalizar e dizer que são parte dele, no sentido em que obedecem a uma certa coerência no seu falar: nomeadamente a substituição do v pelo b, e do já mencionado ditongo ão pelo de sonoridade mais galega om ou an, transformando-se palavras como não ou são em nom ou som. Esta particularidade também a podemos associar, em termos mais abrangentes, à dita pronúncia do norte, mas nunca de forma tão assumida e vincada como na zona de Castro Laboreiro, onde mal notamos a diferença quando passamos de lá para o outro lado da fronteira. Outra característica que podemos atribuir a este dialecto nortenho é a fonética que envolve os ch, som que passa a ser dito como se fosse antecedido por um t – ou seja, palavras como chuva passarão a ser ditas tchubia. Também alguns substantivos terão outros modos: água passa a auga, pão passa a pan, hoje passa a huje. Por fim, é relativamente frequente haver uma substituição do e por i, sendo comum ouvirmos nim ou intom, no lugar de nem ou então.
A resistência do falar Castrejo
O isolamento de uma região vincadamente serrana em relação aos maiores centros urbanos fez com que o concelho de Melgaço, no qual Castro Laboreiro se inscreve, preservasse certas normas linguísticas regionais, que, claro está, começaram a desfiar à medida que os acessos rodoviários e algumas máquinas poderosas (com a televisão à cabeça) se foram desenvolvendo.
Ainda assim, é comum vermos as povoações raianas do interior do Alto Minho, situadas entre o Rio Lima e o Rio Minho, falarem castrejo entre elas, num contexto local.
Alguns galegos muitas vezes se queixam do facto do Franquismo lhes ter censurado a sua língua mãe, e que esta se foi progressivamente aproximando do castelhano. Pelo menos no acento, sabemos que isto é verdade, basta para isso percorrer qualquer rua da Corunha, de Vigo, de Pontevedra, ou de Santiago. Já tive oportunidade de falar com galegos que gostariam de dar um passo atrás na sua língua e acercá-la novamente do galaico-português. Aceitando que tal meta é de difícil execução, não posso deixar de assinalar como o dialecto castrejo seria uma excelente via de aproximação.
O Verbo
O Verbo é aquilo que se passou a designar a uma ramificação do Dialecto Castrejo.
A sua origem encontra-se nos homens de Castro Laboreiro que, sempre que de lá saíam, e não querendo ser entendidos por terceiros, arranjaram uma forma de comunicação que empurrava o Castrejo para zonas mais incompreensíveis. É, portanto, um falar maioritariamente masculino e outrora usado quase sempre fora de portas, isto é, pelas gentes de Castro quando estavam fora de Castro.
Comparativamente, temos um caso muito semelhante na zona Centro com a chamada Piação do Ninhou, linguajar criado por vendedores de mantas de Minde e de Mira de Aire que tinha como função maior a codificação da comunicação de maneira a que os compradores não os entendessem.
Melgaço – o que fazer, onde comer, onde dormir
Dizer o que ver em Melgaço é difícil, porque a recomendação que melhor se adequa é a genérica: veja-se mesmo Melgaço inteiro, a terra e o concelho. Um passeio entre o Castelo de Melgaço e as altitudes de Castro Laboreiro enche os pulmões de gélido ar revigorante - e de caminho ouça-se o dialecto Castrejo, visite-se o inóspito castelo de Castro, e ponha-se os pés na aura fantasista da Santuário de Anamão.
Para comer e dormir, ir ao Brandeiro e às Melgaço Alvarinho Houses, respectivamente.
Resta-nos dizer para ir na altura em que a Festa do Alvarinho e do Fumeiro acontece no final de Abril ou, mais raramente, no início de Maio.
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