Festa do Alvarinho e do Fumeiro

São várias as festas dedicadas ao Vinho Verde no país. Lembro-me de cabeça de duas obrigatórias: a de Castelo de Paiva e a de Ponte de Lima. No entanto, a que mais me aquece a alma está no extremo norte de Portugal, e afunila o critério – não basta ser verde, tem de ser Alvarinho, e a juntar a isso complementa-se a coisa com as carnes de fumeiro. Uma tentação.

A sub-região Monção e Melgaço

Das nove sub-regiões dos Vinhos Verdes, todas elas lindíssimas, a de Monção e Melgaço é a que se encontra mais a norte. Estamos, portanto, no norte do Norte. Colados ao rio Minho, a um salto da Galiza.

São terras de uma magia inquestionável, embebedadas com um verde precioso: pensamos em Monção ou em Melgaço e uma palavra assalta-nos a cabeça – Alvarinho. Essa casta elegante que dá aos verdes uma distinção que não tem noutros domínios – não só no palato, mas também no cheiro, de um perfume floral identificável até para os que não se entregam de coração aos encantos de Baco.

Se uma visita a qualquer um destes concelhos já serve para um plano de fim de semana, acrescente-se a festa que Melgaço organiza anualmente e saímos de lá regenerados. Regenerados do verde que a paisagem minhota nos oferece, e regenerados do verde que nos servem no copo até que os nossos sentidos adormeçam de felicidade.

A festa do Vinho Verde e do Fumeiro

Com primeira edição feita no já distante ano de 1995, acontece habitualmente no último fim de semana de Abril ou no primeiro fim de semana de Maio.

Sendo primeiramente uma festa regional com mostras de produtos e produtores da zona, como quase todas são no seu início, insuflou para algo maior, sendo agora um destino turístico de escala nacional, embora envolvendo mais o norte do país e a Galiza.

Além dos já rotineiros concertos de fim de noite e das acções de rua, o grande evento realiza-se num pavilhão com pequenas tendas (normalmente mais de 50) que vendem vinhos Alvarinho para todo e qualquer gosto. É aí que o essencial se passa, resguardados da possível chuva, e acompanhados de boa gastronomia (há chefs que se juntam ao barco, para quem quiser aprimorar os sabores).

Para a resistência, a estroinice segue noite fora dentro de muralhas, lá em cima, no castelo.

Melgaço – o que fazer, onde comer, onde dormir

Dizer o que ver em Melgaço é difícil, porque a recomendação que melhor se adequa é a genérica: veja-se mesmo Melgaço inteiro, a terra e o concelho. Um passeio entre o Castelo de Melgaço e as altitudes de Castro Laboreiro enche os pulmões de gélido ar revigorante - e de caminho ouça-se o dialecto Castrejo, visite-se o inóspito castelo de Castro, e ponha-se os pés na aura fantasista da Santuário de Anamão.

Para comer e dormir, ir ao Brandeiro e às Melgaço Alvarinho Houses, respectivamente.

Resta-nos dizer para ir na altura em que a Festa do Alvarinho e do Fumeiro acontece no final de Abril ou, mais raramente, no início de Maio.

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