Cromeleque do Xarez

by | 15 Jun, 2015 | Alto Alentejo, Lugares, Megalitismo, Monumentos, Províncias

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Situado mesmo ao lado da vila histórica que é Monsaraz, tão bela que daria para ilustrar qualquer capa de um guia turístico português, este Cromeleque do Xarez (ou Xerez) é um dos mais complexos monumentos megalíticos desse país dos menires e dos cromeleques e das antas que é a região do Alto Alentejo, do qual Reguengos de Monsaraz é a inquestionável capital. Está deslocado da sua posição original, tendo sido realocado para sobreviver à recente construção da barragem do Alqueva.

Estrutura do Cromeleque do Xarez

É composto por 55 menires talhados, isto é, de forma amplamente arredondada, de vez em quando achatados, e com o habitual aspecto de falo (não sendo o menir mais do que um fecundador da terra, símbolo do masculino), a maior parte deles de pequeno porte, embora alguns cheguem aos dois metros de altitude.

A planta do cromeleque é quadrangular, coisa rara, mesmo tendo em conta a realidade de outros paraísos megalíticos do eixo atlântico europeu – sejam eles da Bretanha, Galiza, Gales, Escócia ou Irlanda. No centro do quadrado apresenta-se altivo um outro menir, este já de estatura respeitosa, quase nos quatro metros. Vários deles apresentam decorações – as ditas covinhas, pequenas perfurações no granito, circulos que invocam, muito provavelmente, o eterno retorno, e um deles apresenta o desenho de um báculo.

Segundo investigadores, o plano original deveria conter 60 menires no total, estando assim feito um quadrado perfeito, com vértices que mais não eram do que referências astrológicas em linha com os solstícios. O cromeleque aqui representado tinha sobretudo a função de assinalar determinados períodos do calendário – dias mágicos, que marcavam os ciclos do sol. Aqui o que difere é o facto de ter arestas e vértices em troca dos muito mais comuns cromeleques com forma circular, estes sim, reflexos do cosmos que se imaginava como ovalado. Adaptando a forma de quadrilátero, o Cromeleque do Xarez ganha uma ainda mais acentuada masculinização.

O que também alguns investigadores aventuram, tendo em conta a hierarquia subjacente à selecção dos menires, e mesmo olhando para as várias formas e feitios que estes têm, é a possibilidade de cada um destes monolitos poder ser, em tempos, uma tentativa de dar uma personalidade diferente a cada pedra, ou mesmo uma sexualidade diferente a cada pedra, tendo em conta a desproporção dos tamanhos e as diversas formas que estes têm. Esta teoria poderá ganhar ainda mais sentido se tivermos o menir onde se encontra o báculo (símbolo de poder, associado a objectos como o bastão ou o ceptro) como o menir-estela, líder da manada.

Mais que tudo, uma ida à vila de Monsaraz, que é de visita obrigatória, deve ser acompanhada de uma outra, no seu sopé, ao Cromeleque do Xarez. E conhecer cada uma destas pedras mágicas como se de uma pessoa se tratasse. E se se for noctívago, aproveitem-se as caminhadas organizadas pela Dark Sky, numa outra forma de ver o Alentejo: a olhar para cima e de luzes apagadas.

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Reguenos de Monsaraz – o que fazer, onde comer, onde dormir

Reguengos de Monsaraz tem como sua jóia a vila (e castelo) de Monsaraz. É do topo do cerro que avistamos todo o concelho e, por essa razão, é por lá que a maioria dos visitantes gosta de se fixar. Há bastante oferta mas recomendamos três em especial: a elegante Casa Pinto, a histórica Dom Nuno, e o rústico Refúgio da Vila (este último, por se encontrar fora das muralhas, goza de particular tranquilidade).

De qualquer forma, se não pretender ficar no burgo medieval e preferir estar mais próximo da sede de concelho, em Reguengos há uma preciosidade - a Casa Recanto da Horta, uma maravilha de decoração, fazendo-nos duvidar que tratássemos tão bem a nossa própria casa.

No sopé do monte de Monsaraz temos vários exemplos de Cultura Megalítica, como o Cromeleque do Xarez, o Menir da Bulhoa, o Menir do Outeiro, a Pedra dos Namorados ou as Antas do Olival da Pêga. Para caminhar, a Rota das Oliveiras faz o serviço. E o facto de estarmos bem no interior do país fica disfarçado com a dimensão do Alqueva, esse grande mar de água doce a ocupar o coração do Alentejo.

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Mapa

Coordenadas de GPS: lat=38.45342 ; lon=-7.370989

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