Castelo de Porto de Mós

by | 27 Fev, 2015 | Estremadura, Fortificações, Lugares, Monumentos, Províncias

Monumentos

Natureza

Povoações

Festas

Tradições

Lendas

Insólito

Dá para perceber que o Castelo de Porto de Mós foi fortaleza pelo sítio estratégico onde se encontra empoleirado, mas também que foi casa apalaçada pelo seu inegável valor estético.

​Sentinela de Porto de Mós

Para quem vem de sul, dos ziguezagues da Serra de Aire e Candeeiros, Porto de Mós é uma excelente forma de fazer ponto final às curvas e contracurvas. Há uma guinada à direita, quase em cotovelo, que nos deixa com a vista destapada para norte, e, por uns momentos, ficamos com o castelo bem centrado no horizonte. Há que descer até ficarmos ao nível do casario da vila, e depois tornar a subir por ruas estreitas em direcção ao topo de uma pequena elevação que serve de vigia à povoação, e já o servia antes sequer desta fortificação lá estar, na altura em que a Ibéria era romana.

Sobressai a fachada, virada para a vila e para a abertura que as encostas fazem ao longe, e que é balizada por dois torreões com cúpulas singulares, de telhados em pirâmide quadrangular e cobertos de cerâmica verde. É esse verde brilhante, como se de louça lavada a detergente se tratasse, que o distingue dos demais castelos portugueses. Vale a pena entrar e olhar este tejadilho de perto, subindo à muralha principal – as visitas podem ser feitas em horário normal, de manhã e pela tarde, fechando para almoço e também às segundas-feiras. Das janelas dignas de palácio desenhadas na pedra, conseguimos ver os primeiros esboços do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, a sul. Atravessando o castelo, nas muralhas viradas a norte e a oeste, a planura contrasta com o que vimos do lado oposto, há cinco minutos – são as terras que se alongam até chegarem a essas duas obras-primas de afirmação soberana: o Mosteiro da Batalha e o Mosteiro de Alcobaça, este último a casa de Pedro e Inês. A planta é pentagonal mas mais parece quadrada – uma das torres originais já desapareceu e o vértice onde se encontrava é muito pouco acentuado, dando a ideia errada de que o castelo conta com quatro paredes externas, apenas.

Como sempre, trata-se de uma construção árabe mais tarde conquistada pelo exército cristão, desta feita com a ajuda desse homem que é presença assídua no lendário popular português: Dom Fuas Roupinho. Foi ele que por lá ficou, enquanto alcaide, quando todo o território aquém Tejo já estava do lado cristão. Mais tarde, o Castelo de Porto de Mós foi oferecido a outra grande referência das lendas da zona do Oeste: a Rainha D. Isabel, mulher de D. Dinis, provavelmente o melhor rei que este país viu nascer.

O Castelo de Porto de Mós é ponto de partida para alguns dos episódios mais importantes na história de Portugal, uns mais verosímeis que outros, mas nenhum deles olvidável. Daqui seguiu Dom Fuas para a caça que se tornou pano de fundo ao milagre da Nazaré, que, segundo crença, aconteceu no pontão que separa a actual Praia da Nazaré da sua Praia do Norte. Partindo para um exemplo mais real, foi também dentro destas muralhas que Nun’Álvares Pereira planeou e definiu a estratégia que seria responsável pela vitória improvável na Batalha de Aljubarrota. É bom lembrarmo-nos disto enquanto por lá passeamos, porque desconhecendo o seu passado um monumento não passa de pedra. Só depois, quando o ímpeto de conquista vindo de Castela terminou e toda a linha defensiva do interior português ficou sem a sua função de sentinela defensiva, se partiu para o ornamento das suas paredes e divisões internas, transformando-o num pequeno palacete com influências renascentistas.

Vista para a Serra de Aire e Candeeiros, do Castelo de Porto de Mós

Do Castelo de Porto de Mós vemos boa parte da Serra de Aire e Candeeiros

Siga-nos nas Redes Sociais

Porto de Mós – o que fazer. onde comer, onde dormir

Porto de Mós lembra-nos de imediato o herói Dom Fuas Roupinho, de quem pouco sabemos tirando em contextos lendários ou mesmo milagrosos. O Castelo de Porto de Mós está a ligado a esse homem nobre - a fortaleza distingue-se da tradicional arquitectura guerreira portuguesa e deve ser visitada de perto.

A sul da vila dispõe-se o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros que tem muito para ver: as incontornáveis Grutas de Mira de Aire, actualmente classificadas como uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal; as aldeias de casario calcário de Alvados e Alcaria; o fenómeno geológico criador do anfiteatro natural da Fórnea; as curiosidades resultantes da pedra moldada pelo vento e a chuva como as Ventas do Diabo; e até, se houver sorte, conhecer alguém que fale a variação mirense do calão que tem origem em Minde, conhecido localmente por Piação.

Na comida, destaca-se o restaurante Cova da Velha a meio da nacional entre Alvados e Porto de Mós, e a Toca do Largo, na praça da igreja de Mira de Aire. Nas dormidas, realçamos em Porto de Mós o The Watermill - O Moinho da Ribeira, ou no parque natural o Cooking and Nature - Emotional Hotel e o Noz Por Cá.

Ofertas e promoções para dormidas no concelho podem ser vistas em baixo:

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=39.60343 ; lon=-8.818761

Siga-nos nas Redes Sociais