Capela de São Frutuoso

A Capela de São Frutuoso é um exemplo, em pequeno, de muitas outras obras que podemos ver na Espanha asturiana, em grande.

História de um templo atípico

Trata-se de um templo de arquitectura ímpar, cujas primeiras pedras começaram a formar paredes com a imponência do granito, construído na simplicidade da cruz grega, de inspiração bizantina e possível origem visigótica. Encontra-se em posição injustamente humilde, encaixada no meio do Convento de São Francisco, em Braga. Dão-lhe o nome de um santo – já saberemos porquê -, e conta com uma irmã gémea bem longe do Minho: em Itália, o mausoléu de Galla Placidia é um espelho acastanhado da de cá (ver foto em baixo).

Alguns acreditam ser este o sepulcro de São Frutuoso, bispo de Braga, nascido em Astorga e fundador de vários monumentos religiosos, muitos dos quais sobreviventes até à era moderna. Fará especial sentido, tendo em conta a importância da cidade de Braga na altura, e a sua intervenção, juntamente com Dume, na cristianização do norte peninsular. Contudo, investigações recentes apontam-no como uma construção mais tardia, por alturas da Reconquista, quando o culto de São Frutuoso ganhou nova vitalidade como resposta cristã à ameaça sarracena.

O debate sobre qual o verdadeiro princípio da capela mantém-se aceso, e não há, para já, nada certo – põe-se sempre a hipótese de se tratar de uma obra do século VII reformada no século IX ou X.

O destaque, para quem a vê de fora, é a torre que se encontra no cruzeiro, com mais um andar do que os seus quatro membros que de lá parecem sair. Nestes, as fachadas desenham arcos cegos, encimados por voltas perfeitas ou triangulares, a intercalarem. No entanto, esta simetria limpa que notamos no exterior esvai-se quando entramos: no interior os arcos viram ferradura, e os capitéis das colunas já arriscam decoração, numa alusão arabesca que mostra bem a flexibilidade que alguma classe cristã tinha para com traços característicos de quem era considerada, à altura, a religião inimiga.

Galla Placidia

Braga – o que fazer, onde comer, onde dormir

Braga é uma cidade onde o clero deixou história. As igrejas sem fim que aqui andam garantem que a visita pode ser demorada. A Sé, a Igreja de Santa Cruz, a Capela de São Frutuoso, o Bom Jesus, a escondida Capela Árvore da Vida são apenas alguns dos templos óbvios. Mas pondo a religião de fora, os marcos culturais bracarenses pedem para ser conhecidos, da Viola Braguesa ao Natal do Bananeiro.

As camas mais recomendáveis e poupadas para ficar uns dias são a Sé Guesthouse (bem no centro), o Domus 26 Guesthouse (também no centro e a poucos metros de distância da primeira). Adiante-se, ainda assim, que a escolha é muita. Se o dinheiro não é um problema e procura um sítio histórico e de charme onde pousar as malas, então opte-se pelo Vila Galé Collection Braga, um antigo hospital com barbas de cinco séculos.

Outras ofertas para dormir em Braga podem ser vistas em baixo: