Bananeiro de Braga

by | 23 Dez, 2014 | Dezembro, Festas, Minho, Províncias, Tradições

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O Bananeiro de Braga ocorre na noite de natal, dia 24 de Dezembro – sabemos que não deverá ser fácil lá ir, porque afinal é dia de família. Mas para os menos dados a isso, anotem esta.

Natal e moscatel de Setúbal, em Braga, parecem não combinar? Junte-se então uma banana ao pote para que deixemos de pensar no nexo das coisas. O que importa no final é que saiba bem.

O Natal em Braga

Trata-se de uma tradição moderna, com cerca de quarenta anos, que se formou espontaneamente através de vários amigos que se começaram a juntar na Rua do Souto pelo final da tarde, mais concretamente na castiça taberna da Casa das Bananas, para aí desejarem boas festas uns aos outros enquanto se deixavam levar pelo curioso petisco da casa: Moscatel de Setúbal (e não Favaios, como alguns pensam) acompanhado de uma banana – podem ser compradas por lá ou podem trazer as provisões de casa.

O povo, que sempre tratou bem as coisas, chama a esta pinga banano, como se fosse esposo da banana, e de um bom casamento se tratasse.

A mistura, aparentemente estranha, é, pelos vistos, bastante apetecida pelos bracarenses que aqui passam a Quadra: e eu, que já a provei neste mesmo espaço, posso garantir que estranha é só mesmo em teoria – a aspereza da banana e a doçura melosa do moscatel fundem-se que nem ginjas. A partir daí, de amigo em amigo, e de geração em geração, o Bananeiro ganhou fama e é hoje a casa onde todos os caminhos de Braga vão dar na véspera do dia de Natal.

A Casa das Bananas, vulgo Bananeiro

A Casa das Bananas, que os clientes habituais se habituaram a chamar Bananeiro sendo uma quase ofensa para estes que o tratemos pelo nome original, era um antigo armazém que juntava catrefadas deste fruto, e que mais tarde anexou um bar passando a ser uma das tabernas mais acarinhadas desta capital de distrito no Minho, decorada com licores metidos nas típicas e reconhecíveis garrafas das Caldas da Rainha, normalmente com formatos fálicos e carregadas de alusões sexuais.

O dono e actualmente também o seu filho, decidiram então combinar os dois passados do Bananeiro – o de armazém e o de bar – e começaram a servir as bebidas licorosas sempre com uma banana a acompanhar.

No dia 24, na mágica noite de natal do Bananeiro de Braga, a taberna monta um pequeno estaminé no exterior, para facilitar o acesso do público ao balcão numa rua que, todos os anos, e cada vez mais, está à pinha. Juntam-se putos e graúdos e ainda alguns gaiteiros a tocar a galega e possíveis tunas a rasgarem nas guitarras. A chuva é também uma presença, que não faz arredar o pé de lá. Só mais tarde, depois de aquecido o peito, vem a família e a ceia de Natal. Já bem regado.

Braga – o que fazer, onde comer, onde dormir

Braga é uma cidade onde o clero deixou história. As igrejas sem fim que aqui andam garantem que a visita pode ser demorada. A Sé, a Igreja de Santa Cruz, a Capela de São Frutuoso, o Bom Jesus, a escondida Capela Árvore da Vida são apenas alguns dos templos óbvios. Mas pondo a religião de fora, os marcos culturais bracarenses pedem para ser conhecidos, da Viola Braguesa ao Natal do Bananeiro.

As camas mais recomendáveis e poupadas para ficar uns dias são a Sé Guesthouse (bem no centro), o Domus 26 Guesthouse (também no centro e a poucos metros de distância da primeira). Adiante-se, ainda assim, que a escolha é muita. Se o dinheiro não é um problema e procura um sítio histórico e de charme onde pousar as malas, então opte-se pelo Vila Galé Collection Braga, um antigo hospital com barbas de cinco séculos.

Outras ofertas para dormir em Braga podem ser vistas em baixo:

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.550675 ; lon=-8.42511