Anta da Barrosa

by | 8 Jul, 2020 | Lugares, Megalitismo, Minho, Monumentos, Províncias

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Enquadrado na grande família dolménica do noroeste peninsular (isto é, da Galiza até à foz do Douro, sensivelmente), a Anta da Barrosa é o exemplar megalítico que mais ileso está nas imediações do rio Âncora, razão pela qual foi elevado a Monumento Nacional logo no início do século XX, trinta anos depois de ser descoberto.

Anta do Âncora

Se um dia resolverem ir à Praia de Afife, à da Duna do Caldeirão, ou à de Moledo, considerem fazer em desvio para dentro em Vila Praia de Âncora. Na Rua Miguel Bombarda, antes de chegarem à estrada nacional, têm à direita um relvado cercado de muros baixos (ou rebaixados, porque já foram altos, quando todo este terreno era privado). No centro vemos uma casa de pedra, uma anta, como chamamos a estas sepulturas pétreas do neolítico.

Com câmara de oito esteios, mais um do que é habitual nas antas do sul, três lajes votivas (com pequenas linhas serpentiformes e em forme de U), e um corredor largo e acima de tudo comprido, a Anta da Barrosa domina toda a clareira onde se instala. A entrada está virada para nascente, como é de resto norma. Da mamoa original, ou seja, do pequeno monte que o deveria envolver (replicando de certa forma a ideia do ventre da terra onde o homem, depois de morto, repousava), já nada sobra, razão pela qual temos a anta escancarada à nossa frente.

Escavações feitas mais de cem anos depois da sua descoberta trouxeram novas interpretações à Anta da Barrosa, sobretudo pelo espólio romano encontrado nas imediações, o que deixa antever um possível reemprego do dólmen enquanto genius loci, milénios depois de ter sido levantado. Nada que espante, dada a apropriação recorrente que a civilização romana fez às culturas autóctones que foi anexando ao seu império.

O seu outro nome, dado pelo povo, é Lapa dos Mouros, num vislumbre do que poderão ser as lendas que estão na sua fundação – a palavra mouros, neste caso, tanto pode referir-se aos mouros étnicos que colonizaram a península como às moiras encantadas que, de acordo com a nossa tradição oral, conseguiam transportar pesadas rochas de um lugar para outro, estando na origem mitológica de diversas antas espalhadas pelo país.

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Caminha – o que fazer, onde comer, onde dormir

O canteiro do noroeste português tem uma das mais cobiçadas praias do litoral nortenho, a Praia de Moledo que na sua ponta norte corresponde com a foz do rio Minho, curso fluvial que marca a fronteira com a Galiza. Aproveite-se também para visitar a sede de concelho e para comer frango no churrasco nas churrasqueiras locais - é bom, sai barato. A Anta da Barrosa, próxima de Vila Praia de Âncora, é de desvio curto e reconfortante.

Para o interior do concelho, a Azenha do Tio Luís, junto às Azenhas de Vilar de Mouros, é um paraíso à beira rio, e pode reservar dormida por lá. Aproveito para dizer, já que falo em dormir, que Caminha tem óptima oferta hoteleira. O Palacete Villa Idalina é tão bonito por fora quanto o é por dentro e pede por visita; o Rinoterra Minho tem o que se pede (localização à beira e rio e sobriedade no trato); a Casa da Légua, encostada ao mar, torna-se escolha acertada para quem procura espaço balnear para várias famílias.

Já agora, tudo isto está a uma travessia de ferry da Galiza. Nunca é tarde para conhecermos a província de Espanha que está na génese de Portugal.

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Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.81001; lon=-8.85072

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