Praia do Rebolim
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No lugar da Portela, recanto a sul da cidade dos estudantes onde uma quinta que passou pelas mãos do clero de Coimbra e da nata de Lisboa foi sendo substituída por condomínios e piscinas, instalou-se uma língua de cascalho virada para o Mondego. A iniciativa é recente e teve um óbvio objectivo: munir a cidade dos estudantes de uma praia, a Praia do Rebolim, a cerca de dez minutos de carro da Universidade, que fosse alternativa à mais distante Praia do Zorro.
A prancha de banhos de Coimbra
Há sempre um fundamentado desconforto quando se fala em praias fluviais urbanas. Pelas pessoas – que normalmente são muitas e nem sempre civilizadas. Pela urbe – que vai progressivamente apagando os sobejos de natureza. Pela poluição – que dos descuidos domésticos ou públicos ou industriais navega rio abaixo. Não posso dizer com todas as letras que a Praia do Rebolim está livre disto, mas posso garantir que é das melhores estâncias de Verão se me reduzir às que estão disponíveis nas grandes cidades portuguesas.
Estamos na Beira Litoral, e portanto é sensato dizer que há uma pilha de opções em cima da mesa, em especial as serranas, e serra à volta de Coimbra é coisa que não falta, como a do Açor a nascente, a de Buarcos a poente, a do Buçaco a norte, a da Lousã a sul, para ir apenas às principais. Não obstante, e em especial para os coimbrões que não dispõem de carro – olá à malta universitária -, o Rebolim oferece aquilo que as restantes não conseguem: proximidade. Da Alta, consegue-se vir a pé até cá em menos de uma hora. Da Baixa, mais fácil ainda: um autocarro põe-nos a uns dez minutos a passo do banho.
E outra boa notícia: embora estejamos tão perto da zona mais densamente urbanizada do concelho, a Praia Fluvial do Rebolim dispõe de uma paisagem praticamente intocada no outro lado da margem, na zona onde as recentemente unidas freguesias de Santa Clara e de Castelo Viegas partilham um cenário verdejante, de outeiros encobertos por densos amieiros e pinheiros, de onde desponta o Mosteiro de São Jorge de Milreus, agora adaptado a universidade.
A vinda ao Rebolim como lugar de entrada nas águas do Mondego não é de agora. Os conimbricenses mais velhos, em particular os que moravam aqui pelos lados da Portela, lembrar-se-ão da camaradagem e dos namoros passados nesta esquina em que o rio inflecte para norte. Depois, durante a balbúrdia da década de 1980 e 1990, um colectivo desleixo apoderou-se das suas margens, especialmente da margem direita, onde um cisqueiro ganhou terreno em quase toda a área entre a actual praia e a Ponte da Portela. O esforço camarário requalificou esta marginal coimbrã em 2021 e presentemente pode caminhar-se de cá até à ponte sem vestígio de lixo.
É possível que, no Inverno, quem aqui apareça não veja praia alguma. Muito menos um trilho. Despreocupe-se o caminhante porque o Mondego faz das suas nos dias de intensa chuva e nos que se seguem a esta. São as cheias que obrigaram Coimbra a ir subindo o morro no lado de Santa Clara. Mas a praia cá se mantém, em apneia, até que os meses do estio a destapem novamente.
Quiosque na Praia Fluvial do Rebolim
À atenção dos pés mais sensíveis, assim é o chão do Rebolim
Promoções para dormidas em Coimbra
Mapa
Coordenadas de GPS: lat=40.17969; lon=-8.41709