Castro de São Lourenço

by | 24 Abr, 2021 | Fortificações, Lugares, Minho, Monumentos, Províncias

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O Castro de São Lourenço é mais uma povoação fortificada proto-histórica que testemunha o passado castrejo comum à região a norte do Vouga no litoral, e à província de Trás-os-Montes e Beira Alta no interior.

Um de muitos

Bem perto do Castro de São Lourenço há outros quatro bem conhecidos: o Castro de Neiva, o Castro de Carmona, o Castro de São Roques, e a Citânia de Santa Luzia. Além destes, muitos outros pairam por ali se nos dermos ao trabalho de os resgatar do anonimato ou de os pesquisar em documentos. Só do rio Vouga para cima, contam-se mais de um milhar de castros encontrados. Da maioria deles não sobra quase nada ou restam apenas ruínas aqui e ali, descontinuadas e tomadas pela vegetação. Uma pequena parcela mantém parte da estrutura da fortificação visível. E destes, são poucos os que investiram numa recuperação, ainda que pequena, de uma parcela do seu espaço.

O Castro de São Lourenço encontra-se neste último grupo de afortunados castros cuja planta pode ser reconhecida a olho nu, ou com a ajuda de um centro de interpretação, e cujas casas foram, em cinco ou seis casos, sujeitas a requalificação – uma requalificação bem executada, acrescente-se, reaproveitando materiais originais escavados na vertente ocidental do monte onde o forte se encontra (e mais tesouros brotaram desse trabalho arqueológico, nativos ou romanos, boa dose deles agora expostos no Centro Interpretativo de São Lourenço). Aquele pequeno conglomerado de casas redondas, graníticas, com telhado de colmo assente em base de madeira, é suficiente para extrapolarmos a estética para o resto da povoação e imaginarmos o que era ser castrejo.

A recuperação e reconstituição do povoado torna fácil o processo de recuarmos mais de dois mil anos. Naquele Monte de São Lourenço, que cresce paralelamente à linha costeira e se deixou colonizar por urzais e pinheirais, um povo guerreiro fixou muralhas em seu torno e dispôs casario de planta circular para poder viver numa sagrada paz comunitária. O facto de termos, no cume do outeiro, vista favorável para qualquer ponto cardeal, deverá ter ajudado na escolha – para todo o lado, a vista é desafogada, mas realça-se a perspectiva orientada para Oeste, onde manda o mar infinito do Atlântico e um rio Cávado a terminar percurso.

Uma longa história

Quando falamos de castros, não vamos mentir, lembramo-nos fundamentalmente da sua criação prima, vinda de povos indo-europeus que habitaram o noroeste da península, sejam eles da fase final da Idade do Bronze, sejam já da Idade do Ferro. Essa é a parte da história que tentamos recuperar sempre que resolvemos recuperar o espírito da antiga cultura castreja, e também a parte que nos eleva o ideal identitário quando replicamos na mente como seria viver e morrer naqueles núcleos.

Mas houve um depois. Sabemos que a romanização trouxe novidades à arquitectura castreja – para não dizer ao sentir castrejo. O Castro de São Lourenço não beneficiou de excepção: foi-se, por exemplo, o colmo das coberturas das casas e, em seu lugar, entrou a telha barrenta que os romanos trabalhavam; o rebocar das paredes tornou-se uma realidade; impôs-se um mercado e a actividade administrativa. O ethos desta e de qualquer outra aldeia castreja cedeu, de certa forma, a uma nova forma de pensar a urbe, mais conforme à mentalidade de romana. Assim se manteve até Roma cair.

Daí para a frente, só lhe viram utilidade em momentos pontuais da história – sobretudo por alturas medievais, ora enquanto esconderijo amuralhado para os que fugiam à invasão sarracena, ora como castelo sentinela em plena Reconquista. Foi no século XVI, no seguimento deste novo fluxo humano que corria monte acima, que se instalou uma capela, dedicada ao mártir São Lourenço, destruída e novamente levantada a meio do século XX.

Actualmente, e apesar de abandonado quando a noite chega, ninguém nas redondezas ignora o seu Castro de São Lourenço. Mantém-se guardião das gentes de Esposende. E todos os anos lá acorrem esposedenses, por altura do festival Galaicofolia, em Julho, a agradecer ao passado.

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Esposende – o que fazer, onde comer, onde dormir

Esposende não se consegue desvincular da sua condição de destino de praia, e é normal que assim seja - o que seria se não se aproveitassem as dádivas que são o descanso da Praia da Ramalha, a Praia da Apúlia e os seus moinhos de vento, a Praia de Ofir e os seus lendários Cavalos de Fão, ou a Praia de São Bartolomeu do Mar, esta última com os seus anuais Banhos Santos, carregados de paganismo.

Mas que por isso não se perca o resto. Numa revisita histórica, é fundamental conhecer o Portugal castrejo representado no recuperado Castro de São Lourenço. Já o Polvo da Pedra típico do concelho, os vinhos verdes carregados de sal e flora, as Clarinhas de Fão à base de ovo, são alguns realces na gastronomia. Na cidade, é conhecido o restaurante O Buraco, para comida de mar e não só.

Para dormir, recomenda-se o Sense of Ofir ou a Villa dos Corcéis, ambos muito perto da Praia da Bonança.

Outras ofertas e promoções para dormir em Esposende podem ser vistas em baixo:

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.55727 ; lon=-8.76039

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