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Castelo Novo é uma aldeia portuguesa inscrita no roteiro promovido enquanto Rota das Aldeias Históricas – nesta, as povoações são habitualmente feitas em granito, sendo a aldeia de Monsanto o mais óbvio exemplo, ao contrário de uma outra rota beirã, a das Aldeias do Xisto, mais a Oeste.

Castelo da Gardunha

Será mais provável encontrarmos gente como nós, caminhantes curiosos, nomeadamente espanhóis que vêm do outro lado, do que um aldeão que lá more.

Situada na Gardunha, a deslumbrante serra das cerejas que abastece o Fundão (e o país), resguardada pela elevação de alguns cumes altos, já a anunciarem a chegada da Estrela, mais a norte, é uma das mais esquecidas pérolas da Beira Baixa.

Fazemos todo o seu perímetro em poucos minutos, mas vale a pena perdermo-nos nas ruas e escadinhas, lá para dentro, curtas de comprimento e curtas de largura, até terminarmos em pequenos largos e daí entrarmos novamente em novas ruelas e novas praças.

No cabeço está o castelo, ou aquilo que dele sobra, e a mais recente torre, o ponto alto, agora a dar horas ao pessoal da terra. Sempre de dimensões modestas, porque Castelo Novo tem tamanho modesto e assim devem ser as suas casas e monumentos.

A história

O castelo surgiu por iniciativa de D. Sancho I e eventualmente do Freire Templário Gualdim Pais, e esta fortificação do século XII está na origem de tudo o resto – um epicentro das casas que depois se começaram a fazer em sua volta, muitas delas senhoriais, sobretudo na face do monte virada para sul (coisa comum, para se aproveitar ao máximo as horas de luz e calor).

O qualificativo Novo deriva também do castelo, já que este que hoje vemos e que na sua raiz conta com quase mil anos, veio substituir um anterior, nestas imediações. Por essa altura, Castelo Novo deveria ter importância suficiente, e falo de importância no sentido formal do termo, como se pode comprovar por esse símbolo de poder local que é o pelourinho que lá encontramos, em frente aos Paços do Concelho.

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A cultura e a natureza em Castelo Novo

Interessante é ver também o lagar, escavado numa rocha granítica, onde os habitantes de Castelo Novo iam antes pisar uva para terem vinho nas refeições – uma ideia de aldeia comunitária, ideia essa ultrapassada, que já não existe em Portugal, tirando raríssimas excepções como Rio de Onor.

E ouvir a água, sempre a água, água prima porque é de nascente, burburinho que é banda-sonora constante da aldeia, já que se a tirássemos de lá seria só silêncio.

E olhar a Gardunha, porque é impossível ter Castelo Novo fora dela, naqueles verdes sempre outonais, mesmo na Primavera, num prenúncio das vegetações austeras que se encontram na acidentada Beira Alta.

E por fim, imaginar a praga de gafanhotos que a lenda conta, quando uma mulher ignorada pelo povo, que a temia por ser bruxa, protegeu Castelo Novo e matou tal imprecação apelando aos aldeões que fizessem uma procissão à Senhora da Misericórdia, cena que se repete todos os anos, no mês de Setembro.

Torre e vista para sul

A torre de Castelo Novo

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=40.077856 ; lon=-7.496546

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