Praia da Foz de Sesimbra

Há várias praias em Portugal que juntam Foz ao seu nome. Quase todas o fazem por serem o ponto de encontro de pequenos ribeiros e o Atlântico. Curiosamente, na Praia da Foz, a de Sesimbra, não vemos ribeiro algum.

O que me leva a crer que foz, aqui, adquire o seu outro significado, menos usado: o de desfiladeiro. Bate certo com a entrada que temos na praia, junto ao parque de estacionamento – uma abertura de areia grossa entre duas falésias que já fazem adivinhar a existência do Cabo Espichel e a sua belíssima Ermida da Memória, a sul.

Entre arribas

O anúncio faz-se notar ainda antes de deixarmos que a areia se sinta na sola dos pés. Há um marcado cheiro a mexilhão, confirmado depois quando os vemos juntinhos com os seus bissos agarrados à pedra. Entrando pela plataforma calcária, damos com a praia propriamente dita, isto é, a de areia, à nossa direita, e lançamo-nos até ela. É um pequeno percurso que finaliza assim que a rocha termina e o areal nos dá descanso aos sapatos. Depois é escolher poiso. Todo o centímetro daquela distinta faixa areada serve.

Depois de instalados, apercebemo-nos de que a Praia da Foz goza de três enormes vantagens.

Tem a seu favor o acesso, que é relativamente fácil – o estacionamento é colado à costa e a única coisa que temos de transpor a pé é um afloramento de rocha achatado. Conta com a vantagem da sua falésia setentrional funcionar como um pára-vento natural, cortando as frias nortadas que em alguns dias se podem sentir. E beneficia de um relativo desconhecimento, mesmo por parte dos locais – o destino comum situa-se mais a norte, nas Praias das Bicas e do Meco, das quais a Praia da Foz se separa pelo levantamento de arribas (as tais que, seguindo para sul, formarão o promontório de Espichel).

É, portanto, para quem gosta de calma e vive por Lisboa ou Setúbal, uma excelente escolha.

Apenas o mar merece nota de aconselhamento. Aqui, ele é particularmente revolto, e pede-se algum cuidade, especialmente estando perto da massa rochosa situada na ponta sul.

O calcário na Praia da Foz

Sesimbra – o que fazer, onde comer, onde dormir

Sesimbra é, com possível discussão, o concelho de Portugal com as praias mais secretas do país. As arribas que, no seu extremo poente, nos levam até ao Cabo Espichel, à sua Pedra da Mua, e à sua Ermida da Memória, ocultam muitos areais de difícil acesso que nem no pico do Verão sofrem de excesso de visitas. Assim são praias como a de Rebenta Bois, a da Foz, a do Ribeiro do Cavalo ou a da Baleeira, entre outras. Havendo vontade para percorrer mais uns quilómetros, a recompensa chega assim que pomos os pés na areia. Para ficar perto de todas elas, a Quinta do Miguel, na Aldeia do Meco, disponibiliza quartos e villas ao gosto de todos. Igualmente perto e também aconselhável é o Casal do Frade, com nove quartos em paredes de madeira a um passo dos jardins da quinta.

A vila de Sesimbra, caso se pretenda aliar a movida à proximidade da praia, tem várias hipóteses (atenção com as marcações pois nos meses estivais tendem a ficar lotadas). Das várias alternativas, destacamos o Cali Luxury Suites Bed & Breakfast, um B&B encostado à Praia da Califórnia, do lado oriente da vila.

A parte Oeste da Serra da Arrábida fica também incluída dentro das fronteiras do concelho e conta com dois grandes refúgios: a Casa de Calhariz (um lindíssimo palácio do século XV que Alexandre Herculano chegou a visitar) e a Senhora do Cabo Meco Homy Holidays (com três quartos de imaculada brancura e uma vila com piscina privada).

Para comer - sobretudo marisco - temos dois poisos míticos como a Casa Mateus e o Rodinhas.

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