Viola Amarantina
Monumentos
Natureza
Povoações
Festas
Tradições
Lendas
Insólito
Finalmente, depois de anos a penar, a Viola Amarantina veio para ficar – há até quem se tenha apaixonado por ela fora de terras durienses.
Características da Amarantina
Chamam-lhe Viola Amarantina porque é natural de Amarante. Mas não deixa de ser um nome curioso tendo em conta que o amar acaba lá representado.
Com efeito, a melhor forma de reconhecermos a Amarantina é mesmo pelo seu lado romântico. Basta para isso passar os olhos de relance. Ele lá está, nos dois corações que substituem a boca circular vista nas restantes violas.
Já o modelo é muito semelhante a uma irmã sua que paira mais a norte: a Viola Braguesa, bracarense.
Conta portanto com um conjunto de cinco cordas duplas: as quatro (ou o conjunto de duas) mais agudas tocam a mesma nota, na mesma oitava, e as seis (ou conjunto de três) mais graves tocam a mesma nota mas em oitavas diferentes. Mas ao contrário da de Braga, a escala vem até à boca, aumentando as hipóteses sonoras mais agudas.
A lenda e a história
Esteve à beira da extinção. Contudo, um punhado de gente amarantina suou o que foi preciso suar para a devolver à terra. Agora voltou às festas de Amarante, a acompanhar as chulas do Douro (ou neste caso, do Tâmega). Juntam-se à festa a muito antiga rabeca chuleira, também. Ou o cavaquinho minhoto, que é amigo de tudo o que é arraial.
Importante é também saber a lenda que a Viola Amarantina carrega consigo. Não será difícil adivinhar que fala de dois amores. Ou de um amor que um trovador de poucas posses sentiu por uma mulher, e que, não tendo tido resposta, resolveu selar os corações de ambos neste instrumento de grande pormenor artístico – não só na parelha de corações como também no floreado que contorna toda a caixa.
O futuro parece garantido. Os artesãos fazem-nas para serem tocadas, e os formadores mexem-se para haver mais gente que a toque. Um esforço que começou em poucas pessoas mas chegou para salvar a Amarantina de uma morte lenta. Valeu a pena.