Trilho de Corno de Bico

by | 7 Out, 2016 | Lugares, Minho, Natureza, Províncias, Rotas e Caminhos

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Corno de Bico é uma introdução ao Gerês. Traduz-se num microcosmos daquilo que se passa mais a oriente, no Parque Nacional que forma a fronteira norte com a Galiza. E o Trilho de Corno de Bico funciona como um bom cartão de visita para conhecermos uma parte desta zona protegida minhota.

O percurso pedestre de Corno de Bico conta com menos de 8 quilómetros e é um sumário de todo o Alto-Minho interior

Percurso de Corno de Bico

Túmio é o ponto de partida e o ponto de chegada. Um humilde lugar no âmago da Paisagem Protegida de Corno de Bico.

O que se faz no meio é que tem escolha, dependendo do sentido que queremos tomar.

Primeiro, dirigimo-nos para sul, passando por pedras miúdas, das que se pontapeiam. Encosta acima, até à estrada florestal, reconhecível por aparentar ser de facto uma estrada, coisa que até ali nada era. E na estrada é tomar a direita, se queremos começar pelo lado poente, ou a esquerda, optando pelo nascente. Dependendo da hora do dia, poderemos sempre começar pelo nascente e, calmamente, retornar pelo poente. Teremos sempre o sol como nosso caloroso amigo.

Do lado virado para Oeste apanhamos larga vista. Do lado virado para Leste, há sobretudo mato. Teremos sempre de passar pelos dois. Será apenas uma questão de qual a sequência certa.

Depois temos o marco que, vindo de um sítio ou de outro, nos faz voltar à casa partida. É o ponto mais a sul e coincide, mais coisa menos coisa, com o ponto mais alto. Esse mesmo: o Corno de Bico. Dois substantivos que identificamos com alguma coisa que tenha altura, e que aqui se reflecte na prática – estamos a 883 metros. Mais para cima que isto, só subindo ao posto de vigia que lá se construiu, à espreita de algum fumo que possa dar fogo.

No total são 7,5 quilómetros. De passagem fácil.

Fauna e flora no Trilho de Corno de Bico

Como já narrado, o caminho começa na pequena aldeia de Túmio.

A placa que indica o seu princípio está bem à vista – damos com ela de caras. E a partir daqui é calçar botas, até porque os solos molhados do noroeste ibérico não perdoam. Não faltam aqui prado, e lameiro, e turfeira batida de musgo decomposto.

É esse que mais vemos às primeiras passadas, o musgo. Às primeiras e às segundas e às últimas. O musgo aparece em todo o lado, a esverdear o Outono e a cobrir muros de granito, como colmo. Altivos são os carvalhos, mágicos e soturnos. E os castanheiros, mais vadios, a deixarem cair ouriços de castanhas a partir de Setembro, para quem quiser pequeno-almoço improvisado. Freixos e pinheiros e amieiros e azevinhos também os há, menos notáveis.

Ali à volta, sabemos porque nos disseram, escondem-se lobos ibéricos. Será mais provável eles darem por nós do que nós darmos por eles. Já os garranos selvagens, autóctones aqui do Minho e da província fronteiriça de Trás-os-Montes, serão mais fáceis de avistar, sobretudo na zona do bosque misto. Com passos silenciosos, coisa difícil quando o Outono alcatifa o chão de folha crocante, é possível chegar perto – eles fugirão sempre mal sintam presença humana.

Uma companhia constante são os bovinos de raça barrosã. Quando percebem que há gente por ali, olham-nos. Nem é bem olhar, é fitar. São segundos que parecem minutos. Não desviam a cara. Dá-nos susto aquela imobilidade. Mas avancemos calmamente. Eles ou fogem, ou ficam estanques, mas não investem.

Por fim, a avifauna. Abunda. Contudo, não é pêra doce vê-la de perto. Árvores a esconderem-lhes o corpo há de metro em metro. E eles – os bufo-reais e os cruza-bicos e os picanços – fazem questão de estar ausentes. Com o barulho dos passos, raramente conseguimos apanhar alguma ave a pouca distância de nós.

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Abrigo de pastor

Boi barrosão

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.88622 ; lon=-8.51406

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