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As Tágides são um ser mitológico português, primeiramente usadas enquanto neologismo num poema de André de Resende, e mais tarde popularizadas na magna obra de Luís de Camões, os Lusíadas.

Ninfas do Tejo

São as ninfas que, nuas, habitam e sacralizam o rio Tejo (o seu nome deriva de Tagus), sobretudo a sua foz, junto à fronteira fluvial que separa o distrito de Lisboa do distrito de Setúbal. Tornam-se, portanto, uma versão lusitana das Nereidas gregas, a quem Camões pede um estímulo espiritual que o ajude a escrever o poema que faz a história portuguesa.

Gentis e hipnóticas, têm forma humana, muito dentro da tradição clássica greco-romana (embora sejam por vezes imaginadas com escamas nos membros inferiores), e fama de tomarem os corações dos homens, tal e qual como as sereias, e as muito faladas moiras encantadas.

Apesar de a sua origem estar num universo erudito – a poesia -, a verdade é que são hoje parte do imaginário popular, servindo não só de inspiração à formatação de alguns monumentos e ao desenho de algumas obras de arte, como à nomenclatura usada para casas de pasto ou festivais de música.

Escultura de Tágide na Fonte Luminosa

Tágide carrega búzio, na Fonte Luminosa de Lisboa

As Tágides na arte lisboeta

No coração da urbe alfacinha, na parte baixa da Alameda Dom Afonso Henriques, reside uma fonte, a que vulgarmente chamamos de Fonte Luminosa, trabalho que invoca a arquitectura Português Suave vinda do antigo regime, onde podemos observar estas filhas do Tejo a saírem das águas, nuas, ora em pé, ora ajoelhadas, carregando gigantes búzios junto aos ombros, símbolo da pureza, atributo que facilmente percebemos a quem devemos associar: às ninfas. Os búzios das Tágides trazem também um prenúncio com eles, o da chegada do mar – estando estes seres na zona da foz do Tejo, é normal que por aqui se anuncie a chegada do oceano, algo que está neles simbolizado (ainda hoje dizemos que se escutarmos os búzios, ouviremos os mares).

Ainda em Lisboa, na zona oriental da antiga Expo 98 e quando o Mar da Palha começa a encurtar fechando o caudal do Tejo, em frente ao Pavilhão Atlântico, podemos ver o Passeio das Tágides, um pequeno percurso que se faz acompanhar de um lago de baixa profundidade e de onde saem estas ninfas à la portuguesa. Embora com formas radicalmente diferentes daquelas que encontramos na Alameda Dom Afonso Henriques (as Tágides do oriente lisboeta são feitas em mármore e desenham-se em termos bem menos clássicos), podemos ver que elas não são, nem querem ser, esquecidas do imaginário mitológico português.

O Passeio das Tágides, na zona oriental de Lisboa

Passeio das Tágides, em Lisboa

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