Presépios de Estremoz

by | 26 Ago, 2020 | Alto Alentejo, Culturais, Províncias, Tradições

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Deveremos considerar os Presépios de Estremoz como uma subcategoria de um produto de artesanato mais vasto: os Bonecos de Estremoz, já consagrados como património da humanidade pela UNESCO. Mas esta ramificação é de tal reconhecimento público que vale a pena falar dele em particular.

A religiosidade nos Bonecos de Estremoz

A vida religiosa foi sempre um motivo celebrado no artesanato estremocense, possivelmente por influência franciscana.

Terá começado, até, enquanto reinvenção em barro das antigas estatuetas de culto feitas em madeira. E portanto a posterior predilecção pela representação de um momento tão elementar do cristianismo como é o nascimento de Cristo não estranha.

O gosto de Estremoz pela Sagrada Família terá sido mais óbvio por volta do século XVIII, quando certos artistas portugueses se dedicaram à construção de peças em materiais populares, como a argila nas terras do sul do país. Foi aí que massificou, e apesar do decréscimo de procura que tiveram durante os anos oitocentistas, os Presépios de Estremoz recuperaram passo já no século XX, com algum incentivo do Estado Novo que não escondia a sua proximidade com a igreja Católica.

Elementos do presépio estremocense

Os presépios elaborados a partir de barro segundo a técnica aprimorada na cidade alentejana são numerosos. Ao ponto de haver quem confunda o Boneco de Estremoz com o Presépio de Estremoz, não se apercebendo de que o segundo é apenas uma tipologia (ainda que de significativa importância) do primeiro.

Na realidade, hoje em dia é quase impossível mencionar os bonecos em geral, sem dar umas palavras sobre os presépios em particular. Não há artesão que não os faça, até porque os pedidos são muitos, sobretudo na época natalícia.

Contudo, a Natividade não foi sempre retratada da mesma forma pelas mãos dos oleiros estremocenses. Antes, um presépio podia contar com dezenas de figuras porque, além dos elementos óbvios, juntavam-se variadas imagens de gente em actividades mundanas – privilegiavam-se reproduções de cenas do quotidiano alentejano como uma mulher a cozinhar ou um homem a carregar um animal às costas já que essa era a realidade mais próxima dos artesãos. Por vezes, o resultado final acabava por ser um presépio à la carte, tendo em conta que o comprador podia encomendar peças a seu bel-prazer.

O modelo mudou a meio do século XX, sensivelmente, quando a representação mais comum figurava a Sagrada Família, os Reis Magos, e os três pastores. Cada uma destas categorias era separada em três pisos, numa estética que lembra as Cascatas de Santo António e de São João.

Como nota final, recomendamos a visita à exposição anual de presépios promovida pelo Município de Estremoz. Abre geralmente no início do mês de Dezembro e conta com praticamente todos os artesãos da região.

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Estremoz – o que fazer, onde comer, onde dormir

Só na cidade de Estremoz já há muito para ver. No artesanato, como é evidente, destacam-se os Bonecos de Estremoz e a sua variante nos Presépios de Estremoz que podem ser apreciados no Museu Municipal. O castelo embelezado no mármore da terra, é digno de visita, bem como a estranha estátua e a bela capela dedicada à Rainha Santa Isabel. Para dormir, o ideal é deslocar-se um pouco para fora da urbe - aí terá as melhores ofertas, surgindo o Sharish, uma casa de campo a dez minutos de carro da cidade, como uma das escolhas mais acertadas.

Fora da sede de concelho, não se pode fugir a um outro castelo, o de Evoramonte, diferente de tudo o que vemos por cá e palco de um tratado de paz que mudou a história da monarquia portuguesa. Dormir no outeiro de Evoramonte é possível e recomendável, sobretudo na casa Olive Tree Cottage ou no The Place at Evoramonte que se situa intra muralhas. Continuando para a fronteira sul do concelho, temos toda a encosta setentrional da Serra de Ossa que merece caminhadas atentas.

A norte, uma cervejola no Nicolau, em Veiros, vem a calhar se se estiver de passagem.

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