Pedra do Galo

A Pedra do Galo, situada entre Redondo e Pias, junto à aldeia de Santiago Maior, não é de fácil acesso. As suas dimensões são absurdas: dez metros em altura, cerca de seis em largura. Alguns locais sabem explicar como lá chegar – de notar que alguns conhecem este afloramento rochoso como Pedra Alçada e não como Pedra do Galo – até a mulher das informações turísticas desconhecia este último nome, mais orelhudo aos velhotes.

Uma forma assaz estranha faz da Pedra do Galo (ou Pedra Alçada) um mistério por desvendar

Uma pedra alçada que conta segredos

Alguma tradição esotérica vê nela a hipótese da existência de Gigantes atlantes. A “Carta Arqueológica do Alandroal“ considera-a um afloramento natural, segundo o arqueólogo Manuel Calado, na tradição daquilo que acontece, por exemplo, com algumas pedras baloiçantes existentes um pouco por todo o país. O mesmo acha Paulo Pereira no seu livro “Paisagens Arcaicas”, embora este sugira que se trata de um único bloco em pedra, fracturado a meio, e não de dois. Paulo Alexandre Loução refuta ambas as teorias por se tratarem de dois blocos de pedra, encaixados perfeitamente um no outro, o que nos remete novamente para mitos e lendas que trazem alguma coisa mágica ao lugar. E assim sendo, para este caso em concreto, não sabemos se podemos incluir tal obra no megalitismo tão presente na província do Alto Alentejo.

Ainda assim, parece consensual que a pedra já foi tida como santa, ou por outra, como um santuário natural, dada a sua evocativa forma.

A referência ao galo no seu nome pode ter mais do que uma explicação: testemunhos dizem que um galo cantava do topo deste menir, outros que lá se cravou um galo em ferro. Pires Gonçalves, por outro lado, diz que houve sim algo em ferro no topo do menir, mas uma cruz, o que, a confirmar-se, comprova o carácter religioso aqui envolvido, e a sua posterior cristianização.