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Se estamos acostumados a ouvir o cântico dos pássaros como anúncio da Primavera, o Papa-Figos, por chegar ligeiramente atrasado, divulga assobios de Verão. É difícil vê-lo, ainda mais fotografá-lo.

Tão belo que deu nome a um vinho duriense. Aproveitem quando ele vai em voo, de outra forma será quase impossível pôr-lhe vista em cima.

O pássaro amarelo

O Papa-Figos, sobretudo macho, é um dos mais reconhecíveis pássaros a passar pelo país, isto apesar de ser arisco ao contacto com os homens, e portanto de difícil observação. Ou seja, se tivermos a tremenda sorte de o mirarmos, sabemos de imediato identificá-lo – o problema é mesmo conseguir tal boa fortuna.

Com porte considerável (cerca de 25 centímetros), de um amarelo berrante que o mescla com copas de certas árvores (isto nos machos, já que nas fêmeas e nos Papa-figos com menos de um ano o amarelo se esbate numa tonalidade mais esverdeada), cortado pelo total negrume das asas e da cauda, é custoso não olhar para ele nos incisivos voos a que se presta. Tem, caso dúvidas ainda haja quanto à sua identidade, uma marca distinta junto à cabeça, uma faixa preta que se tinge do bico avermelhado até aos olhos.

Em Portugal, deixa-se encostar à fronteira com Espanha, de Trás-os-Montes ao sotavento do Algarve, sendo muito menos frequente na costa Oeste.

O voo despercebido do Papa-Figos

Amarelo e preto, as indisfarçáveis cores do Papa-Figos

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Hábitos do Papa-Figos

O nome já dá uma pista: os Papa-Figos papam figos, está bom de ver, e daí ser bem possível que os ouçamos em figueirais. Mas outros frutos também lhes servem de dieta. E insectos. É, por isso, frequente encontrá-los em paragens muito distintas, nomeadamente em bosques e florestas de parques naturais, montados alentejanos, pomares ou prados, com maior probabilidade de escolherem paragens próximas de cursos de água.

Nidifica em ramos de arbustos que bifurquem no cume de arvoredo, é esse o requisito principal para começar a arquitectar um ninho que se assemelha a um bolso.

E deixando o melhor para o fim: a música que lhe sai do bico. O canto do Papa-Figos é ouvido como se uma flauta estivesse a ser tocada animada e energicamente, e com especial cuidado com a melodia – assemelha-se ao de um Melro, mas mais distante. A este respeito, não me esqueço do que um dia ouvi sobre os Papa-Figos, contado por um alentejano: ouço-os todos os dias, e não vejo um há mais de dez anos.

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