Gaspacho

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A história do Gaspacho dá primazia ao lado espanhol, considerando esta sopa fria uma invenção de camponeses Andaluzes. Não temos a intenção de desmontar essa teoria – até porque nada nos diz que está errada – mas há, ainda assim, que vincar a diferença da receita de Gaspacho à espanhola e de Gaspacho à Portuguesa, ou sendo um pouco mais regional, à Alentejana. E entendamos que o Gaspacho é tão abençoado por cá que lhe dedicámos um recorde do Guinness com a maior sopa do mundo.
Gaspacho, um prato de pobre que, nas voltas da vida, virou iguaria gourmet
Origem do Gaspacho
Dando um contexto, conta-se que o Gaspacho tem origem árabe, algo que teria tudo para fazer sentido visto ser no sul ibérico que mais se consome – até porque é no sul que as temperaturas vão acima o suficiente para que uma sopa gelada saiba bem, funcionando quase como produto substituto do refresco. No entanto, a matéria essencial à sua criação – o tomate -, só chegou à Península depois do Império (Espanhol e Português) ser feito, o que contraria um pouco essa ideia. Há, contudo, quem aventure uma segunda hipótese, que se baseia na existência de um primeiro Gaspacho, o árabe (ou mesmo romano), que se fazia essencialmente de vinagres e azeite, juntando migas de pão e alho à combinação, e de um segundo Gaspacho, ao qual se pegou na receita original e se juntou uma nova cultura vinda do novo mundo, o já falado tomate, que é triturado até que fique em papa.
Sendo fácil e barato, percebe-se que, antes, quando a fome era de quase todos, este prato tenha sido acolhido pelas classes mais desfavorecidas, nomeadamente camponeses. Hoje, sabemos, não é assim, e chegamos a vê-lo exportado como um quase produto de luxo, uma extravagância da dieta mediterrânea, vista como a sopa que leva gelo.
Há, ainda assim, uma diferença no Gaspacho, e essa diferença é marcada na fronteira de Portugal com Espanha. O Gaspacho português, ao invés do Gazpacho andaluz, não tem o aspecto de puré de tomate, já que os ingredientes usados – pepino, alho, pimento, entre outros ao gosto do freguês – são cortados em vez de batidos, ficando a boiar à superfície daquele caldo alaranjado e refrescante. Daí termos esta curiosidade da gastronomia servida sempre em prato do lado de cá da fronteira, quando do lado de lá, por várias vezes, ela é servida em copo.
Para receitas em vídeo do nosso gaspacho à alentejana, ver aqui.