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No Alentejo há um hábito pontual. Chamam-no de Fazer as Onze. O que é que é isto? Curto e grosso, é beber copos. Mas à alentejana.

Um roteiro das tascas que, por tradição, começava às 11 da matina, tornou a ser um hábito de Borba – e agora até virou nome para vinho

O que significa Fazer as Onze?

Fazer as Onze, para os homens do Alto Alentejo, sobretudo no concelho vinícola de Borba, é um período lúdico do dia. Significa largar as amarguras que a vida vai acumulando para, se calhar por causa delas, dedicar as próximas horas ao compadrio, acompanhado sempre pela honestidade de uns copos de tinto alentejano. Estava habitualmente ligado aos Sábados, e ainda mais aos Domingos, se bem que poderia acontecer quando houvesse quórum suficiente para isso, mesmo que à semana.

O nome veio da hora a que se apontava para o começo: onze da manhã, porque se no campo a malta se levanta mais cedo, também os copázios podem ser antecipados. As tabernas locais enchiam-se de conversa, eventualmente de Cante e de Fado também.

Com o vinho, saboreava-se um petisco, mas importante era o primeiro, e o segundo funcionava como esponja, para absorver.

E este era o mote para que se corressem as capelinhas do burgo, vulgo, as tascas lá da terra. A coisa acabava depois de bebida a abaladiça, termo ainda hoje usado pelos alentejanos para designarem o último copo antes de se irem embora.

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Uma tradição renascida em Borba

Recentemente, a Câmara Municipal de Borba lançou o desafio a eventuais participantes: voltava a fazer-se as onze, como dantes.

O conceito é praticamente o mesmo, que agora conta com preço fixo: pão, azeitonas, um petisco típico da taberna em questão, e um copo de vinho. E se antes isto era vício endémico, reservado aos borbenses, agora abre-se a quem queira vir, alentejano ou não. O requisito é ter bucho disponível para o petisco e o tintol – estando isso percebido, basta aparecer.

A ronda começa por volta das onze, de outra forma não poderia ser, no Alto da Praça. Esta é a casa inicial, mas daqui parte-se para uma rota que contempla quase todas as tascas locais. Alistados neste roteiro estão as Cafetarias “Fonte das Bicas” e “A Cidade”, o café “Luna Parque”, e os restaurantes “O Espiga”, “Arca d’Ouro”, “A Torre”, “Tasca Real”, “Vila Branca”, “Tasca dos Coelhos”, “Cervejaria Arado”.

Onde ficar

Tratando-se de uma caminhada que tem tudo para ser ziguezagueante, mesmo que a estrada seja em frente, é bom prevenir. Dada a temática, de teor alcoólico, sugere-se dormida na seiscentista Casa de Borba. Mais central não se consegue estar. São cinco luxuosos quartos num espaço amplo (é conhecido por receber casamentos). Conta com piscina e jardim.

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=38.805894 ; lon=-7.456251

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