Castelo de Almourol

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O que sabemos do Castelo de Almourol é a soma de muita coisa.
A acreditar nos consensos que vão fazendo a história, é um castro pré-romano, que depois virou romano e visigodo, mais tarde tornou-se fortaleza árabe, e só depois ganhou a estrutura que lhe reconhecemos hoje, quando o Templo e o seu líder espiritual, Gualdim Pais, o refizeram segundo a sua cosmovisão religiosa e guerreira.
O condimento final veio por altura do Romantismo, com a sua visão de valorização do passado português, numa revisita ao Castelo de Almourol que ajudou na sua recuperação e preservação.
Guarda-rio
A imagem de marca é a sua posição, atarraxado com precisão num ilhéu granítico situado no meio do rio Tejo, transformando-o numa ilha-castelo, guarda-costas da linha que separa a região centro da região sul, muito à semelhança de outros que se prolongam a montante, como o de Belver.
Construíram-no na cota mais alta possível, para evitar inundações. O acesso é feito em pequenas embarcações, orientadas por pescadores com a pele trigueira do sol.
A planta tem a forma de trapézio, ziguezagueante, com torreões circulares nos vértices. Segue alguns esquemas próprios da Ordem do Templo, como a existência de uma muralha interior, que liga a torre de menagem a outras duas situadas na muralha externa, e que servia como reduto caso a parte interna de baixo relevo caísse em mãos inimigas, transformado este espaço num castelo dentro do castelo. Este cariz templário está, aliás, presente de forma constante em praticamente toda a zona centro do país, aumentando à medida que nos aproximamos da cidade de Tomar.
Quando subimos à torre de menagem de Almourol, o normal epicentro das fortificações medievais, neste caso isolada da muralha exterior, temos ampla vista. Vemos as lezírias em todo o seu esplendor, principalmente se a Primavera nos ajudar com um dos seus dias de máxima luz, e compreendemos o interesse geo-estratégico em cá se fazer esta obra como torreão militar, imponente na defesa de cidades mestras como Lisboa, a sudoeste, e Coimbra ou Tomar, a Norte.
Como todas as edificações bélicas situadas no interior do país mas longe da raia, Almourol foi perdendo interesse estratégico à medida que os eixos de combate foram seguindo para sul, durante a Reconquista, até ao ponto extremo de se tornar apenas mais uma fortificação deserta, um pouco distinta das restantes pelo curioso enquadramento que tem na paisagem ribatejana. Mas, mesmo perdendo a função guerreira, o castelo nunca perdeu a sua função mística. As lendas que se construíram à sua volta comprovam-no. Falam de paixões, as eternas paixões entre visigodos poderosos e princesas mouras, ou entre mouras pobres e cavaleiros cristãos. E falam de tesouros. Dos tesouros dos Templários. Ou antes, daquele que é o tesouro templário, o Graal.
Os Templários e os seus castelos, dos quais sobressaem o de Tomar e o de Almourol, foram de resto a base da construção da nação portuguesa. Há quem defenda que sem eles não teria havido país e que Portugal, que nunca tinha sido uma ideia de nacionalidade até aí, começou por ser um projecto desta Ordem religiosa de monges-guerreiros. Teoria não infundada – a comprovar estão as estreitas ligações dos primeiros reis portugueses com a Ordem Templária, não sendo de pôr de lado a hipótese dos primeiros fazerem parte da segunda.
Mapa
Coordenadas de GPS: lat=39.462333 ; lon=-8.383963