Caminho de Santiago Português

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Não há um só Caminho de Santiago. Nem há um só Caminho de Santiago Português. Temos um cardápio gigante quanto aos que podem ser feitos. E todos eles, em comum, têm pouco. Diria que apenas três coisas os unem. Em todos, o roteiro termina (ou pelo menos passa) em Santiago de Compostela. Em todos, pelo menos a partir de determinada altura, o percurso é indicado pelas icónicas setas amarelas. E em todos, de uma maneira ou de outra, há uma ligação ancestral, que as unifica como experiência transcendente, eventualmente já celebrada enquanto caminhos proto-históricos da Via Láctea.
De tudo se falará. E para tudo se compreender é preciso, a partir deste parágrafo, abertura à linguagem dos símbolos.
Para cristãos, uma prova religiosa. Para pagãos, um exercício de espiritualidade. E para outros tantos, um esforço meramente lúdico. No Caminho de Santiago cabe toda a gente.
Origem do Caminho de Santiago
Ora aqui está a million dollar question. Dirão quase todos que se começou a fazer a partir do momento em que o apóstolo São Tiago, de acordo com a tradição tido como responsável pela evangelização cristã na Península Ibérica, foi sepultado em Compostela. A partir dessa data, caminhantes rumavam à actual capital galega, prestando homenagem ao seu santo.
Mas terá sido esse o primórdio desta peregrinação europeia?
Há factos que apontam para que sim. E por outro lado, muita coisa diz-nos, em surdina, que não. A começar pela concha, mas disso falaremos mais à frente.
De resto, há muito tempo, antes da suposta descoberta do corpo de São Tiago, é muito possível que já se falasse de um tal Caminho da Via Láctea, ou de um tal Caminho do Ganso, ou de um tal Caminho das Estrelas. Todos diferentes nomes para a mesma viagem espiritual, uma rota que terminava num altar sacro, o Cabo Fisterra, no extremo ocidente da Galiza, ou num monte sagrado, onde agora se situa a Catedral de Compostela.
Tratava-se, segundo os seus defensores, de uma rota de iniciação, de descoberta interior, condição que ainda hoje é verdadeira para muita da gente que a decide percorrer. A Via Láctea que lhe deu o nome permitia a orientação durante a noite. Se a seguíssemos, daríamos finalmente com esse fim da terra, o supracitado Cabo Fisterra, que se poderia traduzir como o término do carácter material do homem, encontrando-se finalmente com a sua alma, uma espécie de nirvana do Ocidente.
A dar apoio a estas teorias que refutam a origem do Caminho de Santiago estar no apóstolo que lhe deu o nome actual estão os topónimos de algumas das povoações que vamos encontrando, e que já existiam antes do túmulo ter entrado na história, e um montão de lendas que poderão apontar nesse sentido. O topónimo oca (ganso) e estrella são presenças assíduas no norte de Espanha, precisamente nos sítios onde o Caminho passa. A tradição dizia para se seguirem os gansos durante o dia, e a Via Láctea durante a noite.
Segundo alguns teóricos, Santiago apenas apareceu depois, em 813. Seria portanto um lençol cristão sobre colchão pagão.
Há, do outro lado do campo, quem ponha em causa esta origem pagã do Caminho.
Não que se negue que romagens aos cabos do fim da terra não se fizessem. Sempre se fizeram. Mas acreditam certos investigadores que a peregrinação até ao Cabo de Finisterra é uma adição recente à rota, e que o embrião do actual Caminho de Santiago está intimamente ligado à descoberta de um túmulo que, bem ou mal, se acreditou ser do apóstolo martirizado, e que justificou as primeiras jornadas ao culto jacobeu. E como tal, a peregrinação começou quando começou a ser fabricada uma nova cidade, Santiago de Compostela, ao invés de se tratar de uma camuflagem de anteriores caminhadas de pendor pagão. Assim, foi a curiosidade em visitar o corpo do apóstolo que originou a fama de uma rota que se viria a tornar tão famosa quanto as peregrinações máximas, a de Roma e a de Jerusalém.
No contexto histórico da altura, não tenho dúvidas de que uma Europa fervorosamente cristã, em pleno período da Reconquista, e já com as Cruzadas na cabeça, tenha sentido um apelo desmesurado em prestar culto a um apóstolo que, ainda por cima, foi politicamente adaptado a Matamouros.
Concluindo, os defensores desta tese baseiam-se numa premissa bem simples: nunca tendo existido uma peregrinação pré-cristã digna desse nome até ao Cabo de Finisterra, jamais poderia existir um Caminho de Santiago sem primeiro haver Santiago de Compostela, e se Santiago de Compostela existe por causa do corpo de um apóstolo, então o Caminho é seguramente uma marca da cristandade.
Tem sentido. Mas também tem sentido um outro lado. Numa altura em que a Ibéria ia sendo, aos poucos, tomada aos mouros, o reforço do Cristianismo nas zonas recém conquistadas era fulcral. Partindo deste pressuposto, seria muito conveniente fingir-se um achado, neste caso o de um corpo de um importante apóstolo, para cunhar o norte ibérico com uma rota de fortíssima carga cristã.
Posto isto, a verdade é que esse achado vem coberto de outros sinais, de um catolicismo duvidoso, para dizer o mínimo. É que a partir desse momento, resolveram representar Tiago Maior, o apóstolo evangelizador da Ibéria, com um novo atributo: uma concha. Para quê representar o apóstolo Tiago Maior com uma concha, quando nunca antes esse atributo lhe tinha sido visto? Não seria a concha um símbolo autóctone e ligado a cultos ancestrais, muito anteriores à descoberta do corpo? E sendo, poderia tomar-se o bivalve como divisa de uma rota de outros tempos, precedente da cristã?

Cabo Fisterra

Santiago Matamouros
O mistério da Concha no Caminho de Santiago
Encontramos um sentido utilitário para quase todos os ícones do Caminho. O cajado, que serve como terceira perna, um impulso externo ao corpo que nos ajuda, sobretudo nas descidas e subidas. O chapéu, a dar sombra constante aos olhos e a tapar-nos o possível da chuva, que no Caminho é sempre uma possibilidade. A cabaça, que agora serve como elemento decorativo, mas que antes servia para matar a sede aos peregrinos.
Todavia, não há uma explicação prática para a Concha. Ouvimos algumas justificações lendárias, e nada mais. O que baste para a atarmos ao bordão e seguirmos viagem porque sim, todos os outros o fazem e sempre foi assim.
Convém salientar que a ideia original nem seria a do peregrino levar uma concha consigo mas sim trazer uma concha de lá. Ou seja, o Caminho deveria terminar em Compostela ou no Cabo Finisterra, e por lá o caminhante deveria queimar os seus pertences (no caso de terminar em Compostela) ou atirá-los ao mar (no caso de terminar no Cabo), levando com ele uma concha como prova de ter cumprido a promessa. Este gesto de deitar tudo ao mar traduzia-se num largar da matéria, o que vai resultar no tal encontro do homem com o seu eu espiritual, despido da forma, dissolvido na sua alma ou no seu estado vegetal.
No entanto, o prego virou do avesso, e hoje a concha deve acompanhar o peregrino desde o primeiro passo e no final atirada para o oceano. Ou seja, na actualidade, este bivalve tornou-se um amuleto para a viagem, ao invés de um carimbo de reconhecimento.
De qualquer forma, e esquecendo qual das duas interpretações anteriores é melhor, a pergunta surge: porquê uma concha?
Como o Caminho se move por ruas misteriosas sem fim à vista, há várias respostas. E muitas delas interligam-se. Começando.
A concha é um símbolo antigo. Os seus significados são muitos, desde os mais gráficos aos mais lendários, passando pelos meus favoritos: os míticos.
Mas começando pelos que estão assimiláveis ao olho humano. Agarrando numa concha, vemos vários veios que convergem para um ponto comum. Arestas que vêm da periferia e acabam num vértice (ver imagem em cima). Este é o esquema bruto do que se passa com os vários Caminhos de Santiago. Estradas que se iniciam em pontos distintos e distantes, e que se vão alinhando até se encontrarem no destino magno: Santiago.
Contudo, muitas outras interpretações podem ser retiradas da concha vieira.

A pata de ganso

Vénus e a concha
Ela é um símbolo da mulher, ou, por outra via, da fecundidade. Basta olhar para a sua forma – se a pusermos com o vértice virado para baixo tem uma feição muito característica, lembrando uma vagina. A pérola, jóia rara que de lá sai, conta também com feitio ovalado, assemelhando-se a um ovário, a nascente da vida. A juntar a isto, é um símbolo marcadamente oceânico, e escusado será explicar esta parte.
Combinando o lado feminino e marítimo, percebemos por que razão a Deusa Vénus é muitas vezes tida como filha de uma concha, no Chipre – basta, aliás, lembrar o quadro de Botticelli (ver imagem à esquerda) -, ela que foi Deusa da Fecundidade e Protectora dos Pescadores. Ora, isto remete-nos para uma hipotética origem pré-cristã do Caminho de Santiago. Sabemos que as romagens a cabos do fim do mundo são uma tradição longínqua na Península Ibérica. Mais longínqua que Cristo. Em Portugal, isso é por demais evidente nos inúmeros Círios que se fazem na Estremadura. Poderá assim a concha estar conectada com esse passado, quando sacerdotes pagãos faziam as suas meditações junto às finisterras usando objectos que representassem os seus Deuses, e posteriormente, esse mesmo objecto fosse readaptado a uma realidade cristã – a Cruz de Santiago impressa nas conchas actuais, por exemplo, é uma invenção recente.
Falando então da visão que a Igreja quis dar à concha, surgiram, em plena Idade Média, novas lendas que deram outras explicações a esses antigos cultos, mais alinhadas com a história cristã. A mais famosa fala de um cavaleiro que por acidente caiu no caprichoso mar galego e que por lá teve uma visão de São Tiago, que o devolveu à praia. Quando retornou a terra, são e salvo, o cavaleiro encontrava-se coberto de conchas vieiras, passando assim elas a fazer parte do culto de Santiago – uma lenda em tudo idêntica pode ser lida sobre a fundação de Matosinhos e que, segundo crença, terá acontecido no actual Senhor do Padrão. A visão de São Tiago dentro de água encontra eco em Vénus, que era a Deidade mais invocada pelos navegantes e que os protegia do mar bravo. Está bem de ver que a história pode ser mais antiga do que o próprio apóstolo São Tiago, simplesmente florearam-na com o seu nome, cristianizando um rito com tantos anos quantos, se calhar, os da proto-história.
Há quem lembre também a associação deste bivalve a um animal sagrado, o ganso, já mencionado acima. O ganso era considerado um mensageiro de uma certa Sabedoria Sagrada que os Deuses passavam à condição humana, e era tido também como um animal protector das casas: grasnava sempre que encontrava um intruso a aproximar-se. Trata-se de uma ave que tinha por hábito migrar num sentido muito próximo daquele que é o do Caminho de Santiago – daí o nome alternativo, Camino de la Oca. Que tem isto a ver com a concha? Pois a pegada que um ganso deixa na areia em muito se assemelha à forma de uma concha vieira (ver imagem à direita). No Caminho, são inúmeros os casos onde vemos a pata de ganso esculpida, sendo a concha um avatar dessa patada. Não deixa de ser curioso notar que a impressão que esta ave deixa no chão se assemelha em muito ao tridente de Poseidon, Deus dos Mares – novamente o oceano a fazer parte deste mistério, tal como acontece com Vénus.
Quantos Caminhos de Santiago há, afinal?
Uma pergunta pertinente mas que é praticamente impossível de responder. A verdade é que contando com todas as combinações possíveis, quase que precisaríamos de uma fórmula para chegar ao número correcto.
Só o Caminho de Santiago Português pode ter dezenas de mapas diferentes. Depende de onde o queremos começar e, mais importante, por onde decidimos ir. Se a etapa zero for em Lisboa, teremos várias opções para chegarmos ao Porto, sempre seguindo pelas alternativas que o Caminho de Santiago nos dá. O mesmo se aplica a partir do Porto, que tanto nos deixa ir junto ao litoral, como nos permite ir província adentro.
Se tal acontece com a alternativa portuguesa, é fácil concluir que em todos os outros se passa o mesmo.
E todos os outros são vários.
Temos o Caminho Português, o Caminho Francês, o Caminho Inglês, a Via de la Plata, o Caminho Primitivo, o Caminho do Norte, e o Caminho da Ria de Arousa. Estes serão os ditos principais. Poderemos falar de outros que partem de vários pontos da Europa e que virão a desembocar nestes.
Muitos dos mencionados acima não terminam em Santiago – a maioria deles vai-se juntando, mais tarde ou mais cedo, ao Caminho Francês, o mais visitado e hoje, infelizmente, inundado de gente, sobretudo no Verão. Excepção feita ao Caminho Português, que começa em Portugal e termina em Santiago, funcionando de forma independente, razão pela qual tem vindo a ser tão apetecido por peregrinos que querem fugir ao caos do Francês.

Os marcos de Santiago e as suas promessas (pedrinhas colocadas no seu topo)
O que levar?
Resposta curta: o mínimo possível.
É mais do que habitual vermos peregrinos a começar a prova com roupa inadequada, gadgets dispensáveis, máquinas fotográficas pesadíssimas, e afins. Muitos deles, ao final do primeiro dia, mandam fora parte dessas coisas ou enviam-nas por correio de volta para casa.
A verdade é que o Caminho de Santiago não está desenhado para grandes materialismos. Da minha parte, que o fiz duas vezes, recomendo um bom par de botas, altas o suficiente para que a água pisada não entre, duas capas impermeáveis (uma para nós e outra para a mochila), suporte para um depósido de água (na mochila ou à cintura), e muito pouca roupa (vai-se alternando à medida que se vai lavando – e eu cheguei a lavá-la em pleno rio, deixando-a a secar no albergue).
Tudo o resto cai na categoria de acessório. Pode ser levado, mas numa viagem que dura mais de dez dias, com várias horas diárias em marcha, é, para dizer o mínimo, facultativo.
Por questões simbólicas, fazendo jus ao que já se escreveu, leve-se então a cabaça, o cajado, e a concha. Serão os seus verdadeiros companheiros do Caminho.
O Caminho Português de Santiago
A verdade é que o Caminho Português, mormente a partir da cidade do Porto, está hoje organizadíssimo e apetrechado de infraestruturas que o tornam uma excelente alternativa.
Se de Lisboa até ao Norte temos de nos amanhar em alguns quartéis de bombeiros se quisermos estadia barata, da Cidade Invicta em diante os albergues de peregrinos sucedem-se, alguns deles de excelentes condições.
Foquemo-nos então nas etapas que existem do Porto para cima, e na rota que será a mais aconselhável, correndo os trilhos do interior e escapando à monotonia do percurso costeiro. Muito resumidamente, porque tudo isto dava bem mais do que um livro, aqui vai a nossa sugestão de rota.
Etapa 1: Do Porto a Vilarinho (26,5 kms)
Começando na Sé, porque lá se pede o habitual passaporte, avançamos rumo a norte. Junto à Ribeira, depois seguindo toda a linha da Foz, passando por Leça e até Vila do Conde. É por aqui que viramos para o interior. Antes de chegar a Vilarinho (não confundir com a terra de mesmo nome perto de Guimarães), carimbe-se a cédula no Mosteiro de Vairão.
Albergue: Casa da Laura
Etapa 2: De Vilarinho a Barcelos (27,3 kms)
Aqui já damos com o lado mais bucólico da travessia. A aldeia de Rates é maravilhosa, mais a sua igreja românica e a fonte que, segundo a tradição, fertiliza as mulheres. Siga-se a estrada até que um rio separe duas terras de nome idêntico: Barcelinhos, a sul, e Barcelos, a norte. Aí, aproveite-se para descobrir um pouco mais sobre a lenda mais famosa do país, a do Galo de Barcelos.
Albergue: Albergue Cidade de Barcelos
Hotel: Barcelos Way Guest House
Etapa 3: De Barcelos a Ponte de Lima (34,5 kms)
Já bem dentro do Minho, damos pelo verde em todo o lado. O destino é aquela que é tida como a mais antiga vila de Portugal: Ponte de Lima. Bela e exemplarmente conservada, conta com aquele que é, muito provavelmente, o melhor albergue de todo o Caminho Português, do outro lado do Rio Lima.
Albergue: Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima
Hotel: Mercearia da Vila
Etapa 4: De Ponte de Lima a Rubiães (17,4 kms)
A primeira subida a sério chega aqui. Começando em Ponte de Lima, quase ao nível do mar, vamos andando até chegarmos aos quase quatrocentos metros de altitude. Aproveite-se disso mesmo, porque os horizontes alargam-se nesta fase. Será o dia mais exigente de toda a caminhada.
Albergue: Albergue de Peregrinos de São Pedro de Rubiães
Hotel: Casas Marias de Portugal
Etapa 5: De Rubiães a Tui (19,1 kms)
Passada a etapa anterior, tudo se torna fácil no dia seguinte. Quase sempre a descer até pararmos em Valença do Minho e daí percorrermos a bonita ponte de ferro que nos leva até à Galiza. Mire-se a Catedral de Tui para lavar as vistas. E digam adeus a Portugal. A partir de agora, só o voltarão a ver na volta.
Albergue: Albergue de Peregrinos de Tui
Hotel: A Torre do Xudeu
Etapa 6: De Tui a Redondela (31,6 kms)
Já em território galego, não se deixe de falar português. Eles gostam, tão próximo que é do seu galego, e nós escusamos de martelar castelhano. Siga-se até à Redondela. No Verão, com sorte no timing, contam com um inacreditável Carnaval fora de tempo.
Albergue: Rosa d’Abreu
Hotel: Alvear Suites
Etapa 7: De Redondela a Pontevedra (19,6 kms)
À saída, do lado esquerdo, vemos os contornos da Ria de Vigo. Só a deixamos quando chegamos a Pontesampaio. E daí vamos em frente até Pontevedra, de todas, a minha favorita das cidades galegas. Monumental, social, histórica. Um sítio para sempre voltar.
Albergue: Albergue Virgen Peregrina
Hotel: Hotel Restaurante Rúas
Etapa 8: De Pontevedra a Caldas de Reis (21,1 kms)
Faça-se a manhã em torno de Pontevedra. O trilho que vem a seguir é relativamente fácil e um bom descanso por lá é merecido. Caldas de Reis, a terra-destino desta etapa, deverá ser das que menos tem a dizer. Ainda assim, há um belíssimo restaurante à beira rio, mesmo por baixo do arco da ponte – recentemente, disseram-me ter mudado de gestão, e não o posso confirmar nem desmentir neste momento.
Albergue: O Cruceiro
Hotel: Balneario Acuña
Etapa 9: De Caldas de Reis a Padrón (18,6 kms)
A aura de Santiago vai-se fazendo sentir a partir de agora. Padrón é reconfortante. Pequena e acolhedora, é a terra que deu fama e nome aos pimentos que pedimos em restaurantes de tapas – ou pinchos, como se diz no norte. Visite-se a estátua da sua enorme poetisa, Rosalia, que tanta canção tradicional galega inspirou.
Albergue: Albergue Corredoiras
Hotel: Casa Antiga do Monte
Etapa 10: De Padrón a Santiago de Compostela (23,7 kms)
O último esticanço. Não é, de todo, dos troços mais deslumbrantes – apanhamos já com uma certa urbe nas proximidades de Santiago. No entanto, chegados à meta, na Catedral do apóstolo, tudo é recompensado. Há quem chore e há quem ria e há quem faça as duas coisas. Saboreie-se toda a zona histórica. E saboreie-se cada minuto desse dia. Nunca mais seremos os mesmos.
Albergue: The Last Stamp
Hotel: A Fonte das Hortas