Toutinegra-Carrasqueira
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Pequeno e cantador, chega na altura em que muita da avifauna entra no país, no final do Inverno, a adivinhar os dias de sol de muita dura.
Toutinegra-Carrasqueira: Um pequeno cantor que traz a Primavera de terras africanas, entregando-a a beirões e transmontanos
Dar um bigode à Primavera
O pequeno Toutinegra-Carrasqueira chega a terras do interior português com o seu canto agudo. Vindo de países bem a sul, entrega-se às províncias de Trás-os-Montes e da Beira Alta. Mais raramente, às duas partes do Alentejo e às serras fronteiriças algarvias. E traz todos os anos mais qualquer coisa de relevante no saco: a Primavera.
É pelo final do mês de Fevereiro e início do mês de Março que o chilro entra na biblioteca sonora do Portugal do sotavento.
Por cá nidifica. Em matagais afastados do litoral onde há ramos suficientes para fixar as suas patas cor-de-laranja. Fá-lo duas vezes por ano. É assim o ciclo, até que o calor perde viço, lá para Outubro, fazendo-o migrar depois para a África além Sahara à procura do ar quente que por cá começa a escassear.
Ficou igualmente conhecido por Toutinegra-de-Bigodes, por causa de uma pelugem branca desenhada a partir das laterais do bico e retorcida no final, visível nos machos, dando-lhe um aspecto aburguesado.
Ao contrário de outras espécies, muitas vezes confundíveis, neste caso, e sobretudo no género masculino, o reconhecimento é simplificado. Quer pelo tal bigode, quer pelo peito alaranjado, quer pelo cabelo azulado. A fêmea, contudo, perde parte da cor que se vê no macho, tornando-se menos singular.
São um pêndulo sazonal, que vai e vem conforme as espirais da temperatura. E se junto ao mar deixam de dar horas, mais a Este funcionam como um relógio das estações.
O seu reconhecimento público foi feito com um pequeno apontamento: virou selo de colecção em Portugal.