Os cenouras de A-dos-Ruivos

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Uma premissa: os ruivos são coisa pouco comum no mundo, mas ainda assim é no ocidente europeu que eles mais se vêem, mormente nos países onde a cultura dita celta imperou, ou continua a imperar – obviamente, destacam-se neste grupo nações como o País de Gales, a Escócia, a Irlanda do Norte ou a República da Irlanda.
Em Portugal, é no norte que eles têm maior penetração, talvez pela sua maior herança pré-celta ou mesmo celta, ou talvez pela sua menor miscigenação com povos mediterrâneos – é, aliás, relativamente frequente encontrarem-se portugueses com pelos faciais arruivados, mesmo que o cabelo não o seja.
Os ruivos de A-dos-Ruivos
No entanto, há uma terra na Estremadura, poucos quilómetros a norte de Lisboa, com o nome A-dos-Ruivos, e não é preciso pensar muito para se descortinar a razão desta atribuição. De facto, A-dos-Ruivos é assim conhecida, segundo se diz, por ter contado com um número improvável de malta com sardas e de cabelo ruivo natural.
Contam uns que isto se deu através de resquícios do repovoamento que veio do norte para o sul. Outros defendem que, por altura da Reconquista, cavaleiros do norte europeu – alguns dos quais, sabemos, templários – aqui se estabeleceram e criaram família.
Com o tempo, e visto que o gene que dá a peculiar côr do fogo ao cabelo tem de ser passado simultaneamente por pai e mãe, estes foram desaparecendo. De qualquer forma, o gene pode ir-se dissolvendo, mas nunca desaparece, podendo permanecer ao longo de muitas gerações de não-ruivos. E assim, na aldeia de A-Dos-Ruivos, haverá sempre maior hipótese de dar à luz mais um cenoura português.
Mapa
Coordenadas GPS: lat=39.28017 ; lon=-9.117961199