Lenda das Treze Tigelas

by | 20 Jan, 2019 | Beira Baixa, Lendas, Mitos e Lendas, Províncias

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Ainda estamos para saber se é a Lenda das Doze Tigelas ou a Lenda das Treze Tigelas. A dúvida nasce de uma daquelas covas, que é demasiado ténue para deixar a questão: contamos com ela, ou não? Talvez pelo mito que corre à volta do número 13, sobreviveu mais essa versão. E assim a chamarei, até porque assim me foi contada, por um livro e por um velho amigo com família monsantina.

A lenda

Conta-se que existia em Monsanto uma fidalga magnânima.

O seu espírito solidário levava-a a subir até ao povoado de São Miguel, no cocuruto do monte, para dar sopa aos mais pobres. Quem não gostava disso era o seu homem, que mal soube pôs-se a partir toda e qualquer tigela que ela levasse na mão, pois já sabia qual seria o seu fim.

Até que numa rocha se descobriram umas covas que, por coincidência, tinham o tamanho certo para receber as sopas que, infelizmente, deixaram de ser levadas – podendo até abastecer vários esfomeados ao mesmo tempo. E daí para a frente, aquela rocha ficou conhecida como a Laje das Treze Tigelas.

A Laje das 13 Tigelas

As lendas não aparecem do nada – para isso temos os contos, mesmo as fábulas. O património lendário socorre-se sempre de algum fenómeno, algum objecto, algum período histórico, para arvorar uma narrativa em torno disso.

Neste caso, a origem está num penedo, na raiana aldeia de Monsanto, lá para cima, junto ao seu castelo. Trata-se de uma laje relativamente horizontal, vizinha da Capela de São Miguel, no povoado com o mesmo nome, entretanto arruinado. É nela que contamos as pequenas pias, covinhas escavadas na pedra, num total de treze (dirão uns) ou doze (dirão outros) – e na verdade, podemos ainda somar uma décima quarta cova, se adicionarmos uma última que se encontra na parte de cima do penedo, num outro patamar que pouco dista das restantes.

A maioria afirmará que as tigelas foram formadas naturalmente, produto da natureza. Mas há outros, até geólogos, que põem a hipótese das covas serem obra humana. A apoiar esta última teoria está a concentração em que se encontram, bastante próximas umas das outras, e com uma forma similar na sua concavidade – salvo a tal décima terceira, ainda objecto de discordância. Poderiam ter servido como utensílio de trabalho de moagem, e a tradição oral local diz-nos que ajudaram até na produção de balas de artilharia.

Eu direi que terá funcionado como complemento a ritos religiosos, isto independentemente de se tratarem de depressões naturais ou criadas pelo homem. Sabemos, claro, que este é um lugar sagrado, de outra forma não estaria lá imposta uma capela. E percebemo-lo de imediato quando, de pés em cima da rocha, somos capazes de ver o mundo.

As supostas doze ou treze tigelas

As tigelas que, segundo a lenda, recebiam a sopa da fidalga

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Idanha-a-Nova – o que fazer, onde comer, onde dormir

Em Idanha-a-Nova, terra de adufes, para famílias de cerca de cinco pessoas, a Casa da Avó Leonor é um exemplo de simpatia. Aproveite-se, dormindo por aí, para visitar a Falha do Ponsul e dar passeata em Idanha-a-Velha.

A aldeia de Monsanto e o seu castelo estão lá ao lado, mais as suas abundantes lendas locais acerca de lobisomens, malgas escavadas na rocha, diabinhos que voam, cercos castelhanos, e marafonas que trazem sorte às mulheres que querem engravidar - se a intenção é dormir por lá, sugere-se o aconchego da Taverna Lusitana.

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