Figueira da Índia

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Plantada maioritariamente no Algarve e no Baixo Alentejo, a Figueira da Índia é um cacto, igualmente conhecido como piteira, daqueles que podiam pertencer às aventuras cinéfilas de um John Wayne.
Uma planta emergente
Beneficia hoje de uma retoma na sua produção e na sua procura. Antes uma planta silvestre, nascida do acaso das condições do terreno, sobretudo em ambientes rurais, muitas vezes junto ao alcatrão quente das solitárias estradas do interior meridional português, é agora parte de planeamentos de produção sustentável.
São já vários os pontos do país onde a Figueira da Índia é vítima de uma certa arquitectura agrícola, estudando-se os melhores sítios onde esta deve ser plantada de forma a criar raiz mais rapidamente e acelerar a recolha dos seus frutos, os chamados Figos da Índia. São 150 hectares de espaço português dedicados ao seu crescimento.
E porquê o interesse em trazer tal planta para o lado empresarial da coisa? Porque o tal fruto que de lá brota, parecendo sair de quase nada, é multifacetado. Acrescente-se a isto o facto dos custos de investimento serem baixos adicionado ao contexto da crise, e é fácil perceber o interesse que a Figueira da Índia tem despertado, servindo até como o escape que umas dezenas de pessoas arranjaram para fugir às más conjunturas da economia.
O rebento da Figueira da Índia, o Figo da Índia, em forma de ovo mas mais esticado e pontiagudo num dos lados, é pau para toda a obra. Dá para chás, pode virar compota e geleia, ser parte da doçaria nacional, e remédios para um conjunto de maleitas. Até como forro pode ser usado. A polpa consegue resultar em sumo, claro está. Ou em gelado, ou em iogurte. As sementes podem transformar-se em óleo hidratante. E se der na telha de quem o trabalha, até aguardente se faz com ele. Em Marrocos, por exemplo, a coisa mais comum é vermos pequenos mercadores de rua venderem-no, cortando-o e pondo-o de imediato à disposição de ser comido.
Vendo as coisas assim, entende-se o potencial que esta filha de solos secos ou semi-secos tem. Para que se fique com uma noção, de 2014 para 2015, é possível que a produção aumente em dez vezes.
A nível cultural, começou a realizar-se em Martim Longo, concelho de Alcoutim, o Concurso de Aromas e Sabores de Alcoutim, no mês de Setembro, onde podemos provar o palato deste fruto quando fundido com a gastronomia própria da dieta mediterrânea.