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Uma floresta é uma floresta, mesmo que dunar e arquitectada pelo homem. É assim a mata das Dunas de Vagos, e não tem de haver aversão à palavra artificial quando ela é bem aplicada.

Um bosque costeiro, de areia e mais areia, de pinhos e mais pinhos.

O ordenamento do território parece um planeamento chato e sem graça. Muitas vezes, além da utilidade, resulta em coisas bonitas, como a mata das Dunas de Vagos – um mar de areia e pinho.

Origem das Dunas de Vagos

Em 1928, o município de Vagos entregou um terreno ventoso e desguarnecido ao Estado Português. Imediatamente a oriente deste, encontravam-se terras férteis nas imediações de Vagos, fornecidas de água pelo Rio Bouco que dali segue até, poucos quilómetros depois, ser parte das rias aveirenses. E imediatamente a ocidente, estava, por esta ordem, a Ria de Aveiro e, logo a seguir, o oceano.

Os ventos Atlânticos de noroeste que entravam continente adentro, passando por estes territórios, eram uma ameaça à agricultura local. Tornou-se uma condição necessária do Estado proteger os solos mais fecundos das forças eólicas salgadas provenientes do Atlântico. Foi então que se decidiu criar uma barreira de dunas e vários tipos de acácias e, sobretudo, de pinheiros bravos que, a partir do momento em que se edificaram, bloquearam os caprichos do vento marítimo característico da zona.

As estradas que a atravessam foram executadas a régua e esquadro (Marquês de Pombal não faria melhor), mostrando bem como esta é uma obra fundamentalmente humana.

Assim se mantiveram as Dunas de Vagos, com um ou outro percalço, até 2017, o ano maldito no que toca a incêndios, não estando esta mata livre dessa matança arbórea que tão depressa não esqueceremos. As marcas dos fogos estão lá, para durar, e se calhar também é por isso que vale a pena lá ir: refrescar a memória como prevenção de eventos futuros.

Fauna e flora das Dunas de Vagos

Estando num sítio idiossincrático, alongando-se num clima que é influenciado por variáveis díspares, da secura do complexo dunar à brisa marítima atlântica, passando pelas rias aveirenses, também a fauna da mata das Dunas de Vagos acaba por ser particular, sobretudo no que toca aos pássaros que a sobrevoam, que se revezam anualmente entre cotovias, chapins, papa-moscas e os belíssimos noitibós-cinzentos.

Libélulas e libelinhas saltam por lá também, e destaca-se o ouriço-cacheiro por não ser assim tão fácil de encontrar noutros pontos do país (as zonas de Vagos, Mira e Águeda são mesmo territórios onde eles mais frequentemente se avistam).

Quanto à flora, como já se falou, há um quase monopólio do pinheiro bravo – são esses troncos que formam os corredores labirínticos da mata, adornados por mimosas e austrálias e acácias. Por estarmos perto da costa e nos divãs das dunas, pegando na feliz letra de Reininho, também brotam chorões-das-praias aqui e ali.

Onde ficar

O Parque de Campismo Orbitur Vaganha está colado às Dunas de Vagos, razão pela qual está coberto com os pinheiros que, dali, entram pela mata adentro – tem bowling e ténis de mesa como opções desportivas alternativas, bem como campo para futebol de cinco e basket. Há parque infantil e piscina. Para quem estranha o acto de acampar com tenda, disponibilizam-se bungalows construídos em madeira.

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=40.5707; lon=-8.72005