Praia Fluvial de Côja
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Das inúmeras praias e outras tantas zonas de banho que o concelho de Arganil oferece, a Praia Fluvial de Côja é, sem dúvida, a mais conhecida. Não só por estar na bonita vila de Côja, a Princesa do Alva, mas também por ser apoiada por dois simpáticos espaços de restauração.
Quando o Alva se deita
É depois de largar a Serra da Estrela onde nasce, ao passar por Avô e por Vila Cova, que o rio Alva entra em terrenos mais baixos. Tem aí tempo para amortecer, chegando a Côja com vagar.
Alberto Martins de Carvalho, homem da terra e professor admirado, cujo nome é agora parte da Biblioteca de Côja, diz até que a vila e a sua envolvente “não conseguem fazer-nos desprender os olhos do pedaço de vale onde repousa a água luminosa”.
Nesse vale pontuado por amieiros, próximo do Senhor do Sepulcro e mencionado com visível admiração pelo professor Martins de Carvalho, o município decidiu instalar uma zona balnear, vindo a ficar conhecida por Praia Fluvial de Côja ou, como também a chamam, Praia Fluvial do Caneiro, por aqui se situar um canal (isto é, um caneiro) “ao lado de uma moenda de telhas empoadas”, conforme se descreve no Guia de Portugal.
Um dos aspectos que melhor a define é o açude, que neste caso está aos olhos de todos, em curva, como a crista de uma barragem. Essa linha acaba por separar a praia em duas metades, sendo também parte integrante da zona de repouso, havendo gente que lá se fixa com toalha e cadeira.
A montante do açude, o Alva marcha, mesmo que paulatinamente. Este troço está guardado para algumas actividades náuticas, e tem vista até à ponte, ao Solar dos Vale, e à Igreja Matriz. A jusante, assumimos tratar-se da praia per se, quando dois bancos de areia flanqueiam o rio e este se detém ao ponto de formar um pequeno lago de águas com temperatura surpreendentemente morna. É neste último trecho que existe maior concentração de banhistas – por vezes demasiada, sobretudo no mês de Agosto.
As comidas e o parque de campismo
Outra característica que coloca a Praia Fluvial de Côja como a mais procurada do concelho é o suporte que tem em termos de serviços. Além de ser vigiada, de ter fácil acesso, e de estar fornecida com casas de banho, tudo requisitos necessários para que seja considerada uma praia fluvial, a zona balnear de Côja tem um bar e um restaurante em cada uma das suas margens.
De feição informal, temos, na margem esquerda, o bar O Caneiro, que serve um ou dois pratos para refeições despretensiosas e rápidas, bem como petiscos típicos. Ainda nesta margem, situa-se o Parque de Campismo de Côja, com acesso directo à praia.
Do outro lado, na margem esquerda, um antigo lagar foi transformado num restaurante, de nome Lagar do Alva, como confirmam o fusos que se encontram no interior. Lá se provam riquezas da gastronomia tradicional como o bucho da região, a chanfana, ou o polvo à lagareiro. São muitos os que aqui vêm apenas para admirar o rio e satisfazer o estômago, deixando a vontade de ir a mergulhos para os veraneantes lá em baixo.
Arganil – o que fazer, onde comer, onde dormir
Arganil deve ser um dos concelhos do país com maior número de opções no que toca a praias fluviais - das mais secretas às que recebem o reconhecimento da Bandeira Azul, há de tudo um pouco, excepto água salgada. No meio de tanta escolha, sobressaem a praia fluvial de Foz d'Égua, a belíssima Fraga da Pena na autóctone Mata da Margaraça, os vários poços do Poço da Cesta, a vasta praia fluvial de Côja, a menos conhecida praia fluvial de Moinhos de Alva, e a pequena península que se forma na Barragem das Fronhas com área de lazer. São quase todas originadas pela Serra do Açor, que distribui caudais na sua vertente norte até ao rio Alva.
Mas além das ribeiras e praias e cascatas, Arganil faz-se valer pelas suas vilas e aldeias de xisto vestidas, umas reconhecidas de forma oficial na rede Aldeias de Xisto, outras nem por isso: o Piódão é a mais célebre, sendo capa de vários livros que ilustram o interior do país e parte integrante da rede Aldeias Históricas, conta com um bom restaurante para quem quiser ir à Chanfana; Foz d'Égua, à beira do Piódão, apesar de ser propriedade de meia dúzia de pessoas, pode ser visitável em todo o seu alcance; Benfeita conta com uma torre que repica pela paz; Vila Cova de Alva embeleza-se com convento, ermidas a rodos, e rua manuelina; e Barril de Alva vale a pena se andar por ali no terceiro Sábado de cada mês, quando acontece a feira. Não sendo um povoado mas merecendo de igual forma visita, temos a Capela da Rainha Santa Isabel, de planta distinta e diferenciadora.
Também na componente gastronómica, o município de Arganil dá cartas: nas carnes, é famoso o Bucho Recheado de Benfeita, de Vila Cova de Alva e de Folques, o coelho assado, e o cabrito; nas sopas, a canja de galinha e o caldo da castanha têm versão depurada, à moda da serra; o resto da imaginação foi despendida com a lambarice, nas Tigeladas de Torrozelas servidas em recipientes de barro, na Broa de Batata que se vende nas lojas do Piódão e de Côja, nos licores serranos feitos à base de ervas nativas, nas bolachas de ovo e açúcar conhecidas por Sequilhos. Em Junho podemos provar tudo isto num só sítio: a Feira das Freguesias.
E enfim, mal se falou da própria vila de Arganil. Os monumentos que mais merecem visita do burgo estão na sua periferia - o Santuário do Mont'Alto, a este, e a Capela de São Pedro, a norte. Simpático e barato é o restaurante A Tasquinha, bem no centro, para picar pratos locais. Uma boa alternativa à sede de concelho é a vila de Côja, apelidada de princesa do Alva por ser cruzada por este, famosa pelo seu parque de campismo com acesso à praia fluvial, e onde no restaurante Príncipe do Alva se pode entregar aos sabores do Polvo à Lagareiro.
Para dormir, o que mais se recomenda é que se pernoite nas pequenas casas xistosas afogadas nas ondas do Açor. Há muitas que conseguiram manter o toque da serra modernizando-a com o necessário conforto. Para nomear algumas, aqui ficam as que destacamos: a Casa da Quelha ou os InXisto Lodges em Chãs de Égua, bem perto do Piódão e de Foz d'Égua; a Casa da Padaria bem no coração do Piódão, e por favor fiquem para o pequeno-almoço; a Casa do Loureiro, um chalé no Soito da Ruiva; a Casa do Alto, na aconchegante Benfeita, bem perto da Mata da Margaraça; o muito procurado Campus Natura; ou a Casa do Rio Alva, à beira-rio e mais próxima de Arganil. Se entender que o ideal é ter mais serviço e menos tradição, terá sempre o INATEL Piódão, com a melhor vista sobre a aldeia presépio, ou a Quinta da Palmeira, casa oitocentista adaptada a hotelaria com dez quartos disponíveis.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=40.26771 ; lon=-7.99501