Pedra Furada
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No quadrante sudeste da cidade de Setúbal há um estranho afloramento rochoso da cor do fogo, a Pedra Furada.
Areia e ferro
Damos por ela quando seguimos da Av. Luísa Todi, onde está toda a restauração que tem o choco frito como prato principal, em direcção a oriente – quando chegamos à Estrada da Graça, e um pouco antes do Porto de Setúbal, lá está aquela estranha elevação, uma espécie de falésia com cerca de vinte metros de altura, à beira do Sado.
A composição é invulgar. Uma torre de areia que, com ferro, se solidificou, num trabalho tubular feito com a ajuda da água e que levou pelo menos dois milhões de anos a edificar-se – há quem diga três.
Recentes obras que visavam melhorar os acessos ao Porto de Setúbal tornaram-se controversas por destruírem a base subterrânea da Pedra Furada. Várias queixas e acções levaram à suspensão parcial do projecto, embora uma boa parte deste já tivesse sido posto em prática.
Ainda assim, a ponta do iceberg ainda lá está, a esburacada arriba que, de tão singular, criou mitos e lendas a seu respeito.
Lendas e crenças sobre a Pedra Furada de Setúbal
A tradição oral que tem a Pedra Furada como contexto dá pano para mangas. Noutros tempos uma romaria aqui parava, vincando o rochedo como um natural local de culto popular. Lendas acerca dela há várias, mas de todas elas é a da Invasão Espanhola aquela que mais se conta.
Sobre esta última, diz o povo que na altura em que Portugal enfrentava uma crise dinástica pela morte de D. Sebastião, as gentes de Setúbal, sempre fiéis à independência portuguesa, se puseram do lado de D. António, Prior do Crato. Posto isto, e desconfiando dos governantes que se encontravam em Setúbal, populares deslocaram-se à Junta para tirar satisfações e garantir que quem mandava estava de mão dada com os setubalenses, ou seja, contra a anexação a Espanha. E os governantes descansaram as hostes com uma frase laminar: não vos abandonaremos nem ao país, se tal acontecesse até mais buracos se abririam na Pedra Furada. Dias passaram e o pior aconteceu. A Pedra Furada encontrava-se mais esburacada. O que só podia significar uma coisa: os governantes mentiram. E de tal forma assim foi que Setúbal sucumbiria ao exército espanhol no verão de 1580.
Uma nota final para uma crença mística que alguns sadinos atribuem à Pedra Furada: a existência de uma moura encantada numa cavidade que existia na sua base que aparecia, por vezes, como serpente. Esta moura encantada, um ser mítico do folclore do oeste ibérico frequentemente atribuído ao elemento água, é muito reveladora das raízes da cidade de Setúbal, a Cetóbriga romana e pré-romana, de eventual origem celta.
Afloramento de areia e ferro
Setúbal – o que fazer, onde comer, onde dormir
Setúbal e a sua Arrábida são terras de bons comeres. E comeres não só ligados ao mar. Se a Avenida Luísa Todi e o seu choco frito é de visita obrigatória, o que dizer do já nacional Queijo de Azeitão? E das Tortas de Azeitão? E do conceituado Vinho da Península de Setúbal? E do generoso Moscatel?
Como uma refeição descomedida precisa de boa cama, deixamos várias sugestões para o after do jantar: na cidade de Setúbal ou nas suas redondezas, a Quinta dos Vidais, pela elegância, e a Quinta da Yuca, pelo preço, são óptimas escolhas; na Serra da Arrábida, entre Setúbal e Azeitão, o Hotel Casa Palmela encanta com a sua vista para a vinha, e a Praia da Rasca ali bem perto; e por falar em praia, a Casa da Adôa está em pleno Portinho da Arrábida, uma referência do turismo português, não se descurando, assim, uma visita à Gruta da Lapa de Santa Margarida.
Na cidade, não deixe também de passar ao lado do Mercado do Livramento ou do geo-monumento da Pedra Furada.
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Mapa
Coordenadas de GPS: lat=38.51945; lon=-8.87596