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Foi o último depósito de ouro a ser explorado em Portugal. As Minas de Jales dão uma perspectiva de um Trás-os-Montes mineiro, operário, e desgastante.

Já exploradas por tanta gente, as Minas de Jales, diz-se, ainda têm dentro delas ouro sem fim.

As antigas Minas de Jales

O planalto de Jales tem história mineira milenar. Já – pelo menos – os romanos a exploravam, em busca de prata e ouro, podendo a actividade ter-se iniciado antes disso.

Sabemos, com certeza, que foi com o império de Roma que se estruturou um processo produtivo digno desse nome, tendo trabalhos arqueológicos, ajudados pelo próprio trabalho de extracção, confirmado a existência de testemunhos da época: fivelas de cintos, armas, vestimenta e vasos que remontavam ao século I antes de Cristo.

O pico de exploração deu-se, ao que parece, trezentos anos depois, nos séculos I e II, e geridas de perto pela guarda imperial, o que só sublinha a importância destes terrenos para o poder vindo da península itálica.

A vida recente das Minas de Jales

Trás-os-Montes sempre teve uma vida mineira, de escavação profunda de uma terra rica em minério.

O passado século resolveu, pela década de trinta, industrializar a extracção minéria de alguns destes campos, um dos quais o de Campo de Jales, onde se encontram as minas com o mesmo nome. A actividade começou em 1933, curiosamente quando uma nova etapa política se iniciava no país, e só parou sessenta anos depois, lançando grande parte dos locais no desemprego. Desse tempo, ainda persiste o icónico cavalete de Santa Bárbara, conhecido pelos trabalhadores por Torre Eiffel.

Em 2011, houve um falso alarme: o governo abriu concurso à concessão das Minas de Jales mas os investimentos que foram prometidos pelo vencedor nunca chegaram a ser aplicados. Passado este desmancha prazeres, o Município de Vila Pouca de Aguiar decidiu promover um novo concurso.

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Os anos do fim

Ver uma terra mineira depois de ela fechar tem o seu encanto, mesmo sabendo o que isso significou. Lembra, de certa forma, as terras-fantasma que aparecem em alguns westerns, e mostram como a solidão de um sítio pode ser, por essa mesma negatividade, interessante.

O deserto quase pós apocalíptico com que se deixam as minas, disponíveis para tudo o que o tempo queira fazer delas, tornam Campo de Minas uma espécie de fábrica abandonada a céu aberto. Não é bonito, mas é fascinante. E é fascinante porque o homem ora fez disto um bloco fabril de intensa actividade como depressa o transformou, mais não seja por inércia, num parque de ferro e lata.

Todas estas povoações que se faziam da extracção de minério já foram vibrantes. Pobres para muitos, é certo, porque quem as explorava tinha trabalho duro e bolsa leve, mas o dinamismo de uma terra mineira competia com boa parte das grandes zonas industriais suburbanas.

A história das Minas de Lajes e de tantas outras terras mineiras, muitas delas transmontanas, é a história de três gerações de mineiros que aqui chegavam à procura de um trabalho de pagamento certo e de longa vida, sempre cientes dos perigos que tal labuta exigia.

A maioria dos mineiros saiu, mas os mais velhos, provavelmente por já não quererem (ou conseguirem) outro trabalho, por lá ficou, com mil conversas para dar a quem lá quiser passar.

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=41.46453 ; lon=-7.58787

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