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Cabo de Sagres, mais um cabo finisterra, este provavelmente o que mais relacionamos aos Descobrimentos portugueses, não só pela ligação mítica que ainda mantém ao Infante D. Henrique mas também pela sua posição geográfica, no extremo sul, e a parecer apontar o caminho que deveríamos seguir para encontrar novos mundos.

Mitológica finisterra

É sem dúvida um marco da mitologia lusa. O Cabo de Sagres, como todos os cabos em Portugal e na Galiza, e outros mais na Irlanda ou na Bretanha, para irmos mais longe, é, com o seu vizinho de cima – o Cabo de São Vicente -, a representação maior do fim do mundo, ou do fim de um mundo, para que daí comece outro: o dos mares.

É, preto no branco, o ponto onde a terra acaba e o mar começa. Mas é mais do que isso, e temos de pensar como um garoto quinhentista para nos apercebermos da amplitude imaginativa que um sítio destes despertava na mente – daqui para lá, passávamos ao desconhecido, ao medo, ao esconderijo dos monstros do Atlântico, e é por isso que todos estes cabos se encontram divinizados de uma ou outra maneira, neste dando-se o caso do culto ao Baal fenício, depois romanizado a Saturno (não curiosamente, associado à navegação), e até, como possibilidade, a Hércules – curiosa a simetria de termos a Torre de Hércules do lado oposto deste ocidental eixo ibérico, na cidade da Corunha.

No Cabo de Sagres chegou a ser crença popular, e quem sabe ainda o é, que aqui se sentavam os Deuses durante a noite, razão pela qual não era recomendável uma ida ao pontão depois do sol se afundar em água.

O Infante e Sagres

A lenda de que aqui se fundou uma escola de navegadores, ideia do Infante, sabe-se que é hoje apenas isso, uma lenda.

No entanto, serve como reforço à relação subconsciente que este Cabo sempre teve com o ultramar, com o que apenas se podia adivinhar estar para lá da linha que separava o céu do oceano. Tornou-se, e isso é ponto assente, um forte marítimo, de construção lenta, só terminado em 1794 quando o seu início se deu no século XV.

É interessante lembrar ainda a imagem de um Infante D. Henrique, personagem histórica mitificada por várias gerações de quem mandava na cultura portuguesa (Estado Novo à cabeça), envergando as cores de Saturno – o preto -, de ar austero e contemplativo, quase como um espelho terreno do Deus supracitado.

Mapa

Coordenadas de GPS: lat=36.99567 ; lon=-8.948815