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Em Portugal, o moscatel é falado, é pedido, é bebido, mas pouca gente sabe realmente do que se trata. Chamamos por ele em fins de tarde, com gelo e por vezes limão, ou a acabar refeições abastadas que pedem um cobertor destes a seguir. Sabemos reconhecer, ainda assim, uma coisa: não é exactamente vinho, não o vinho que nos habituámos a tragar, e que, à falta de melhor, tratamos por maduro.

O que é um Moscatel?

A verdade é que sentimo-lo diferente por duas razões principais: a primeira, mais subtil, terá a ver com o tipo de uvas usadas, da família moscatel, que lhe entregou o nome de mão beijada; a segunda prende-se ao processo de produção, bem mais próximo do do Vinho do Porto do que dos vinhos de mesa.

Começando pelo tipo, a moscato, como dirão os italianos (ou muscat para os franceses), é um conjunto de diversas variedades de uva, das mais antigas que existem, e que, em comum, têm um gosto mais adocicado, mais floral, e mais frutado (especialistas atribuem-lhe alguns citrinos e outros frutos menos convencionais, como o damasco). E são muitos os enólogos que a acarinham como pura ao olfacto – diz-se, meio a brincar, meio a sério, que a uva moscatel é a única que dá vinhos que cheiram realmente a uva, já que os outros combinam uma abundância de aromas diluídos.

Já o processo mostra-se muito próximo ao de outros vinhos fortificados, quando, cortando a fermentação a meio – ou seja, deixando parte do açúcar por lá, razão pela qual é tão doce -, se resolve juntar aguardente vínica, aumentando-lhe o teor alcoólico, embora disfarçado pelo seu carácter meloso, como aliás acontece com muitos Portos.

As regiões do Moscatel

Em Portugal, há duas regiões famosas pelos seus moscatéis: o Douro, particularmente na sua passagem por Trás-os-Montes; e a parte da Estremadura que se encontra a sul do Tejo, junto a Setúbal. Ao primeiro demos o nome da terra cuja adega o tornou famoso, Favaios. O segundo é o bem conhecido Moscatel de Setúbal, bebido de norte a sul do país.

Como curiosidade, o Moscatel de Setúbal (e não o de Favaios, estranhamente) é alvo de grande devoção no dia de Natal na cidade de Braga, onde é bebido acompanhado por uma banana, no já várias vezes noticiado evento anual que é o Bananeiro de Braga.

Setúbal – o que fazer, onde comer, onde dormir

Setúbal e a sua Arrábida são terras de bons comeres. E comeres não só ligados ao mar. Se a Avenida Luísa Todi e o seu choco frito é de visita obrigatória, o que dizer do já nacional Queijo de Azeitão? E das Tortas de Azeitão? E do conceituado Vinho da Península de Setúbal? E do generoso Moscatel?

Como uma refeição descomedida precisa de boa cama, deixamos várias sugestões para o after do jantar: na cidade de Setúbal ou nas suas redondezas, a Quinta dos Vidais, pela elegância, e a Quinta da Yuca, pelo preço, são óptimas escolhas; na Serra da Arrábida, entre Setúbal e Azeitão, o Hotel Casa Palmela encanta com a sua vista para a vinha, e a Praia da Rasca ali bem perto; e por falar em praia, a Casa da Adôa está em pleno Portinho da Arrábida, uma referência do turismo português, não se descurando, assim, uma visita à Gruta da Lapa de Santa Margarida.

Na cidade, não deixe também de passar ao lado do Mercado do Livramento ou do geo-monumento da Pedra Furada.

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